Capítulo 16

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Miranda

Assim que as meninas voltaram pra casa no outro dia de manhã Lila não estava com uma cara nada boa. Eu entendo que seja muito para a sua cabecinha, tudo o que ela deveria fazer era se preocupar com a escola e com as suas amiguinhas.

- Vai querer panquecas? - Perguntei para Lila tentando anima-la.

- Não quero nada hoje.

- Filha, você precisa comer. - Henrique murmurou.

- Eu queria subir para o meu quarto. - Disse afastando a cadeira. - Por favor...

- Tudo bem, pode ir. - Sorri tentando ser compreensiva e assim que a mesma subiu sentei na cadeira.

- O que vamos fazer? - Perguntei.

- Eu não sei...

- Vou ligar na empresa e avisar que-

- Não, é melhor você ir, vai leva a Moly na escolinha que eu cuidarei da Lila hoje, tudo bem? - Perguntou e assenti.

- Tudo bem, como quiser...

Henrique

Lila não saiu do quarto durante todo o começo da tarde. Depois de recusar o almoço e tomar apenas um suco de laranja resolvi subir para conversar com ela.

- Posso entrar? - Perguntei batendo na porta.

- Pode. - Sua voz soou abafada.

- O que esta fazendo?

- Nada, só jogando. - Fechou o computador sentando-se na cama.

- Eu queria falar um pouco com você.

- Tudo bem.

- Você sabe... A Laura esta por aqui e eu queria saber como você esta.

- Você deveria ter me contado, eu não quero ela na minha vida.

- Filha, às vezes as coisas apenas parecem simples. O papai esta em um momento delicado com a volta dele, mas eu prometo que ela não se aproximará novamente.

- Pai eu não sou mais criança, você tem que me contar o que esta acontecendo.

- Lila, você é criança sim. Não queira crescer antes do tempo, eu estou resolvendo tudo e você não precisa se preocupar com isso. Mas ela estará por aqui por um tempo e eu preciso que fique com Ramon.

- Tudo bem pai...

- E preciso que faça suas coisas querida, você precisa ir a escola, precisa comer e eu não posso deixar que pare tudo assim, eu estou resolvendo o problema.

- Eu confio em você pai, sei que esta. - Murmurou abraçando-me. - Eu só preciso que não me esconda nada que envolva ela.

- Tudo bem querida, tudo se resolverá logo. - Eu espero.

...

Deixei Lila apenas quando algumas coleguinhas da escola chegaram e Matilda providenciou alguns biscoitos enquanto Jessica ajeitava as meninas.

Sai para a empresa onde sabia que Laura me aguardava para mais uma sessão de enchimento de saco. Eu cancelaria o contrato assim que pudesse. Meu advogado me instruiu a esperar o tempo da multa para não sair muito no prejuízo e eu esperarei até lá, mas se Laura não maneirar eu terei que acabar com isso o mais rápido possível com multa ou não.

- Senhor a senhorita Stantom esta lhe procurando desde manhã. - Disse minha secretaria enquanto chegava a minha sala.

- Peça pra ela procurar na-

- Espero que seja uma boa resposta amor. - Ouvi a voz de Laura e suspirei fechando os olhos por alguns segundos.

- O que quer? - Perguntei entrando na minha sala com os recados na mão.

- Conversar sobre o novo projeto.

- E que projeto seria esse?

- Aquele de mudarmos algumas coisas, demitirmos alguns funcionários sabe eu tenho planos interessantes para aqueles seus 25% da Desmond joias. - Afirmou e sorri.

- A minha porcentagem na empresa da minha mulher não tem nada com a minha empresa. Você não tem direito a nada de nenhuma das duas.

- Eu sou mãe de uma filha sua Henrique, já pensou o que posso fazer com isso?

- Já e cheguei à conclusão de que não poderá fazer nada. Uma mãe com antecedentes criminais e que largou a filha por duas vezes e tentou matar uma pessoa não me parece exemplo algum. Lila já responde por ela, ela já pode dizer com quem gostaria de ficar isso levando em consideração que sempre foi bem cuidada, amada e alimentada e nunca passou por nenhum tipo de trauma ou necessidade morando comigo.

- Estamos ficando mais respondões não acha?

- Cansei do seu joguinho Laura, no momento você é sócia minoritária e isso é tudo. Fique fora da minha vida pessoal e me deixe em paz.

- Não ficou claro que eu voltei para ficar Henrique? Que eu quero mais do que isso? - Perguntou e me levantei.

- Vamos estabelecer uma regra... Você só passa por essa porta quando tiver algo relacionado à empresa para me falar e se não me apresentar algo bom e produtivo nas próximas semanas considere a sociedade desfeita.

- Esta me dando uma ordem?

- Encare como quiser, eu só preciso que saia nesse momento para que eu possa seguir com o meu trabalho que é o que costumo fazer aqui. - Mandei e Laura descruzou os braços me encarando. - O que ainda não conseguiu entender senhora Stantom?

- Isso não acaba aqui Henrique.

- Isso ainda nem começou Laura. - Murmurei conforme a mesma saiu e bati a porta.

Eu estava decidido e essa palhaçada já estava mais do que na hora de acabar.

"Rafaela".

"Senhor?"

"Ligue para o meu advogado e pegue os papeis do contrato com os Stantom".

"Sim senhor".

Esta na hora de Laura sair da minha vida de uma vez por todas.

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Espero que gostem do capítulo meninas. Abraços :)

Decontrol. ( Segunda temporada de Controller. )Onde as histórias ganham vida. Descobre agora