Capítulo 18

9.4K 935 28
                                    

Miranda

- Psicólogo? – Perguntei sentando-me no sofá.

- Foi o que a diretora indicou, disse que pode ser o melhor para ela e que talvez com uma pessoa desconhecida ela converse melhor.

- Tudo bem que foi um soco, isso foi ruim, muito ruim. Mas uma conversa e um castigo não resolvem?

- Eu não sei... Estou ficando sem jeito com a Lila... Caramba.

- Ela esta crescendo Henrique, e isso é normal. Ela não tem mais sete anos e você não é mais o pai ausente. Você é presente, mandão e ela acha que é adulta.

- Ela esta virando uma mini versão de você.

- Obrigada. - Sorri.

- Mas eu quase não sei lhe dar com você e na maioria das discussões eu te distraio com sexo e não posso fazer isso com a minha filha. Credo. - Disse caminhando pela sala e gargalhei.

- Tudo bem Henrique, então eu tentarei lhe dar com ela, se eu não conseguir levamos ao tal psicólogo, mas agora se acalma. Isso é novo pra gente, nunca educamos uma criança nessa fase e errar faz parte Henrique.

- E acertar também.

- E nós vamos acertar. – Afirmei.

- Pai, posso ir na casa da minha amiga? – Lila perguntou aparecendo na sala com o celular na mão.

- Absolutamente não. – Henrique respondeu.

- O quê?! Por quê?

- Porque eu disse que não.

- Mas pai...

- E pode passar o celular pra cá. – Pediu.

- Não! – Exclamou e Henrique olhou pra mim e assenti para incentiva-lo.

- Você esta de castigo mocinha, sem celular, sem amiguinhas e da escola pra casa por uma semana.

- Vocês vão acabar comigo, por isso eu sou assim! – Disse jogando o celular no sofá.

- E... Mocinha, na minha mão. – Henrique mandou esticando a mão e Lila bufou pegando o celular e colocando em sua mão. – Agora você pode ir para o seu quarto.

- Eu odeio vocês, odeio a minha vida! – Gritou subindo as escadas e Henrique suspirou.

- Eu acho que ela esta virando na verdade um mini você. – Murmurei e o mesmo me encarou.

- Agora? Sério? – Perguntou e sorri.

- Desculpa, só comentei. – Disse seguindo para a cozinha e deixando Henrique e seus dilemas na sala.

Em uma semana era o aniversário de onze anos de Lila, mas da forma que se comporta não sei se será possível comemorar isso em paz. Confesso que a chegada de Laura a desajustou sim, mas isso era dela, isso era ela se aproveitando da situação. Em matéria de birras Lila sempre tirou nota dez, mas isso não iria se repetir.

- Senhora, o que deseja para o jantar hoje? – Matilda perguntou.

- Talvez... Frango e batas assadas? Acho que isso seria uma boa, as meninas gostam de batata.

- Irei providenciar senhora. – Sorri para Matilda que começou a fuçar a geladeira.

Tinha muita coisa acontecendo essa semana, toda essa bagunça não apagava o fato de que eu administrava uma empresa e estava me desdobrando para ter êxito na tarefa de mãe e empresaria. Em duas semanas estaria viajando para França e agora já não sei se posso confiar que Henrique se sairá bem sozinho com as meninas.

- Mamãe. – Moly chamou e sorri abaixando-me para pegar a pequena e Ramon vinha logo atrás com sua mochila nas mãos.

- Como foi à escolinha amor? – Perguntei mordendo sua bochecha e a mesma sorriu.

- Boa. – Murmurou enrolando as mãozinhas em meu cabelo. – Peguei todo desenho.

- Pegou? – Sorri me levantando.

- Peguei, tinha monte e eu fiz. – Disse abrindo os braços.

- E que tal um banho agora? – Perguntei e a mesma torceu o nariz.

- Só se foi o pato.

- O quê? Quer tomar banho com o pato? – Perguntei e a mesma assentiu.

- Sim, pato.

- Tudo bem, eu deixo tomar banho com o pato, mas não pode demorar muito.

- Tá.

- Depois vamos jantar tia Matilda esta fazendo frango com batatas.

- Eba!

- Vamos fedida. – Sorri e a mesma balançou a mão em frente ao rosto balançando a cabeça em negação.

- Fedo. – Disse fazendo bico e gargalhei entrando com a mesma no banheiro.

...

Ajudei Matilda e Jessica a colocar a mesa enquanto Henrique brincava com Moly na sala. Como o tempo não estava muito agradável, optamos por ficar em casa. A lareira estava acessa se encarregando de manter o ambiente quentinho e aconchegante.

- Lila vem jantar. – Chamei.

- Não quero. – Gritou.

- Só vem querida, não vamos fazer cabo de guerra hoje não, por favor. – Pedi e minutos depois a mesma apareceu.

O jantar correu em silêncio e às vezes Moly falava algumas coisas soltas, mas no geral não houve conversas.

- Que tal um filme antes de deitar? – Propus.

- Eu vou deitar. – Lila afirmou.

- Vai nada. – Henrique murmurou jogando-a por cima do ombro e a mesma guinchou.

- Eu não quero assistir filme!

- Mas vai. – Disse caminhando com ela pela casa e Moly começou a gargalhar enquanto Lila tentava disfarçar seu sorriso. Eram completamente duas crianças, mas apesar de tudo e mesmo tentando tanto Henrique era sim um bom pai.

____________________________________

Mais um meninas, desculpem se esta pequeno, mas vocês sabem que não faço capítulos com mais de mil palavras. Espero que gostem. Abraços :)

Decontrol. ( Segunda temporada de Controller. )Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz