Capítulo 03

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Henrique

Estava sentado no sofá do meu apartamento com uma taça de vinho na mão enquanto esperava Miranda.

Henry praticamente decretou que eu teria que vê-la hoje e aceitei apenas porque sei que, não posso dar mais espaço para que aquele verme toque nela novamente.

Assim que o elevador indicou que alguém subia me levantei ajeitando a gola da polo preta que usava. Passei a mão pelo meu jeans preto e por fim coloquei os cabelos para trás.

As portas se abriram e Miranda apareceu. Usava um vestido vermelho justo ao corpo com um salto preto, seu cabelos estavam soltos e uma leve maquiagem nos olhos com um batom vermelho forte na boca. Ela estava quente, muito quente.

- Oi. - Murmurou passando as mãos pelo vestido já que não havia trazido nenhuma bolsa e claramente não sabia o que fazer com elas.

- Olá. - Disse limpando a garganta e ambos olhamos para o elevador quando o mesmo apagou as luzes e fechou a porta ficando parado no andar. - Só um minuto. - Pedi e caminhei até a cozinha.

Peguei o interfone e liguei para o porteiro.

" Sr. Marchal. "

" Miguel, o que houve com o meu elevador privado? " - Perguntei e logo a voz de Lili apareceu.

" Oi benzinho, então, vocês estão trancados ai. Mandei travar o elevador e não tem como Miranda sair dai hoje. Se acertem ou se acertem, eu disse. " - Afirmou desligando na minha cara e afastei o telefone da orelha olhando para o mesmo.

- Tudo bem? - Miranda perguntou e coloquei o telefone no lugar.

- Segundo Lili, estamos trancados aqui por essa noite.

- Essa garota... Me paga. - Miranda murmurou.

- Então... Com fome?

...

Estávamos ambos sentados na mesa em um silêncio total. Eu pela primeira vez não sabia o que dizer.

- Então... Como estão as coisas na empresa?

- Bem, fechamos um novo contrato, estamos abrindo uma filial em Dubai. - Disse revirando meu ceviche.

- Isso é ótimo, espero que de tudo certo. - Sorriu comendo um pouco do seu frango com ervilhas.

- Eu senti sua falta. - Afirmei e a mesma me encarou bebendo todo o vinho da sua taça em seguida. - Quer mais?

- Por favor. - Disse e peguei a garrafa de Richebourg Grand cru 1978 e enchi sua taça.

- É ótimo não? Era da adega particular do meu pai, uma raridade. - Disse enquanto Miranda tomava mais um gole.

- Era?

- Bom, estamos consumindo ele agora. Quando meu pai faleceu a dois anos, a adega, os carros e a porcentagem da empresa que ainda não tínhamos vendidos e que já era minha continuou minha. Minha irmã ficou com duas casas, uma na Austrália e outra na Noruega.

- E sua mãe?

- Eles estavam separados, mas foi bondoso e deixou uma quantia em dinheiro para ela.

- Você voltou a falar com ela?

- Nos vemos no enterro do meu pai e depois disso... Não, apenas com a Gem.

- Ah... - Murmurou bebendo mais um gole de vinho.

- Você desconversou. - Disse pegando na minha taça.

- Você esta gostoso. - Soltou arregalando os olhos e olhei para ela. - Quer dizer... Seu perfume... É gostoso. Você trocou?

- Sim. - Sorri divertido.

- Qual é o nome?

- Empório Armani Diamonds for men do Giorgio Armani.

- Ótima escolha.

- Você desconversou novamente e sua taça de vinho já esta ficando vazia.

- Eu pediria mais se não estivesse vendo que a garrafa esta no fim.

- Eu vou buscar outra, se já tiver acabado, me espere na sala. - Afirmei me levantando e peguei as chaves da adega para escolher outro bom vinho.


Miranda

Henrique não demorou muito para voltar com uma garrafa de Barolo Piemonte e uma bandeja com queijo branco.

- Pode se sentar. - Disse me vendo parada no meio da sala e sentei no sofá. Henrique colocou a bandeja na mesa de centro e o vinho ao lado pegando o saca rolha.

- Vi que deu uma redecorada na sala. - Comentei segurando minha taça e Henrique a encheu depois de tirar a rolha do vinho.

Senti o aroma magnífico daquele tinto antes de dar um gole.

- Sim, precisava de algumas mudanças, havia muito perigos para a minha princesa. - Disse se referindo a Molly e sorri.

- Você é um excelente pai.

- Eu tento. - Sorriu se sentando ao meu lado e colocou o braço no sofá ficando mais próximo a mim. Respirei fundo bebendo um gole maior do vinho. - Você vai ficar bêbada antes que eu possa tirar a sua roupa. - Sussurrou em meu ouvido.

- Henrique. - Murmurei manhosa.

- Eu te vi hoje, naquela mesa, com aquele bosta. Eu queria saber Miranda, isso te faz bem? Ele te da tanto prazer quanto eu? - Perguntou passando os lábios pelo meu pescoço e segurou meu cabelo deixando seu acesso livre.

- Não. - Sussurrei.

- Imaginei. - Murmurou plantando um leve beijo na minha clavícula.

Coloquei a taça de vinho na mesinha e me virei para ele.

- Precisamos de uma conversa seria.

- Quando quiser. - Disse colocando sua taça ao lado da minha.

- Eu fique chateada com tudo aquilo, você havia descartado qualquer possibilidade de que eu estivesse certa e ainda iria me enxotar de lá.

- Eu não queria que parecesse dessa forma.

- Mas pareceu. E ainda por cima veio com aquele papo de controle, me fez sentir humilhada, um lixo de marionete. - Disse e o mesmo se calou. - Eu amo tanto você, mas enquanto essa sua obsessão estiver no meio, eu não poderei voltar Henrique. Eu prefiro viver infeliz sem você, do que me decepcionar ainda mais.

- Eu te amo Miranda, amo de verdade. Eu estava nervoso, cego e burro. Não me liguei para a forma que estava te tratando, e Deus sabe o quanto me culpei todo esse tempo, o quanto chorei, o quanto me arrependi.

- Eu estou tão cansada. - Confessei e o mesmo acariciou meu rosto. Sua mão cobriu minha bochecha e fechei os olhos inclinando meu rosto para os seus carinhos.

- Eu não quero ter o controle, se eu não tiver você Miranda. - Henrique sussurrou.

- E eu não quero viver fora do seu controle, se isso significar viver sem você.


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Decontrol. ( Segunda temporada de Controller. )Onde as histórias ganham vida. Descobre agora