Virada Cultural: Parte Final - Varando a Virada...

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Ele confirmou que sim, timidamente, e passamos a caminhar de mãos dadas.

O Mauricio até veio com graça: "A multidão passou, gente... Podem soltar."

Nem ligamos.

Passamos pela praça da República e paramos novamente. Vanessa e Danilo queriam ir embora, mas Albano insistiu que ficassem um pouco mais. Caminhei um pouco à frente com o Danilo:

—Eu não tenho coragem na frente deles, rsrs...

—Sério? Você me assustou... Não tenho coragem na frente de ninguém. Em público é embaçado. - eu disse.

Trocamos telefones, e ele me confiou o seu de casa.

Minhas pernas, como o previsto, já estavam mais pra lá do que pra cá, eu estava morto de tanto andar. Paramos na frente de um bar e a Vanessa foi comprar doces com o Lucio, com o qual estava caminhando de braços dados.

Aproveitei essa hora, agachei com o Danilo e logo o Fê começou a beijar o Albano. Levantamos de novo e eu, cansado, levei a mão do Danilo nas minhas costas, deitei minha cabeça no seu ombro e ficamos assim um tempo. Começou a tocar a primeira parte de Réquiem de Mozart em algum lugar. Eu tinha que beijar ao som daquela música. Mas e a coragem??

Comecei a beijar seu pescoço, mas ele sorria tímido, sem conseguir fazer nada. Ainda assim, foi ótimo.Caminhamos mais um pouco, mas o pessoal queria voltar a dançar, já eram umas cinco da manhã.

Eu, Danilo, Vanessa e Munhoz decidimos enfrentar a gigantesca fila de entrada da estação e nos despedimos do restante do pessoal, que foram ainda com disposição dançar.

Munhoz se separou de nós ainda no metrô e me despedi da dupla na Barra funda, com muito sono. Abracei ele, e pedi pra me ligar.

Assim acabou a noite da virada.

Cheguei em casa às oito e dormi até meio dia. A noite foi simplesmente sensacional, superando todas as expectativas, que estavam elevadíssimas. Agora era esperar pelo que vinha a seguir.

Diário de um ex-virgem gayOnde as histórias ganham vida. Descobre agora