Vestiu uma blusa azul com alças finas, justa no busto que já tinha seu próprio suporte para os seios, estes que estavam fartos. E teimou de que queria usar short jeans, vestiu um e o último botão não fechou, ela ficou com ele da mesma forma porque a blusa escondia isso.

- Nossa! Vocês acabaram com a água do mundo com esse banho. - Kaique disse quando entramos na sala.

- Não estávamos esse tempo todo no banho. - Maria disse distraída. - Quero dizer, claro que estávamos esse tempo todo no banho. - riu sem jeito.

- Ka, você viu o filme que falei? - mudei de assunto.

- Sim, reservei ele para assistir a noite. - respondeu.

- Estamos morrendo de fome! - Maria disse acariciando a barriga.

Descemos para o estacionamento e pegamos meu carro. Como Maria queria comer donuts, resolvemos tomar café em uma cafeteria, lógico.

Fomos para o lugar conversando sobre algumas coisas do nosso cotidiano, nada demais e logo chegamos no estabelecimento.

Saltei do carro e esperei Antônia dar a volta, segurei em sua mão e nós entramos. Fizemos nossos pedidos e esperamos, Maria no celular conversando com Victória e eu com Kaique enquanto com a palma da mão fazia movimentos circulares na barriga imensa.

- Ah que linda! Quantos meses? - a garçonete perguntou enquanto colocava nossos cafés na mesa.

- Oito. - Maria respondeu e sorriu orgulhosa.

Desde que estamos juntos, já presenciei várias destas cenas, de alguém encantado com a barriga, geralmente mulheres.

Tomamos o café com calma.

Depois que saímos da cafeteria, fomos ao shopping, já estava em nossos planejamentos comprar o que faltava para nossas filhas e então aproveitamos o domingo.

Era somente o básico, como fraldas, chupetas e mamadeiras de reserva, o resto já tinha sido ganhado no chá de bebê, e também já tínhamos comprado bastante coisa.

No shopping nós resolvemos caminhar um pouco antes de realmente comprar, Maria argumentou falando que era preciso "pesquisar os preços" antes de sair adquirindo. Ela estava me dando umas boas lições de moral.

Foi ótimo caminhar de mãos dadas com ela. Eu podia olhar para sua barriga e me sentir orgulhoso do que estávamos construindo, ainda mais com ela que não teve uma família estruturada, e eu que sempre pensei que um casal era o limite da realização.

- Maria, eu quero milk shake. - Kaique disse quando passamos perto da praça de alimentação.

- Antes do almoço, Ka?

- Por favor, juro que vou comer! - juntou as mãos persuadindo.

- Tá.

Acompanhamos Kaique até aonde ele ia comprar. Pediu o maior copo que tinha, era realmente gigante e Maria comprou água pra ela.

Enquanto esperávamos, nos sentamos de frente.

- Tão gostoso isso, né? - Maria disse acariciando o meu cabelo.

- Caminhar de mãos dadas? - perguntei. 

- Caminhar de mãos dadas, eu poder acariciar você quando me der vontade, meu irmão contente...

Sorri e beijei sua boca. Ela estava coberta de razão, essa sensação de família é sem igual. 

Depois que voltamos a caminhar escolhemos uma loja e fizemos as compras. Tínhamos um objetivo, mas nos desviamos quando deparamos com umas roupinhas personalizadas de gêmeos. Com frases do tipo "Eu sou a cara da minha irmã". Desta vez exageramos nas compras.

Duas VidasOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz