Consequências de Uma Noite - Série Consequências Irreparáveis 1.5

Epílogo

I'm hurting baby, I'm broken down
I need your loving, loving
I need it now
When I'm without you
I'm something weak
You got me begging, begging
I'm on my knees

— Sugar — Maroon 5

— Cereja, eu estou cansado — Matheus gemeu pouco distante de mim.

Tive que rir, porque era engraçado mesmo. Além de me preparar para o casamento, eu tive que arrumar Chloé e Zoé para a festa e nenhuma das duas esqueceu de nascer com a hiperatividade. Elas gostam de correr, gritar, pular, conversar e dançar como se tivessem dezoito anos e não houvesse amanhã e isso que me assustava. Se com três anos elas são assim, como vai ser quando forem adolescentes? E ainda assim, o papai que estava cansado.

Vê se pode!

Matheus e eu esperamos alguns anos para casar. Não estávamos com pressa e nós dois babávamos só de imaginar nossas meninas caminhando até nós com as alianças.

Enquanto o tempo não passava e nós não nos aprofundávamos na ideia de casar, aprendemos a conviver numa única casa e com duas filhas. Minha mãe contou com a ajuda dos meus sogros para conseguir transportar tudo que era meu e das meninas para o meu novo apartamento e, em duas semanas, já estava com tudo no seu devido lugar e perfeitamente organizado.

Eu ainda me preocupava com a minha mãe e me sentia mal por ela estar sozinha numa casa antes pequena demais para nós duas, agora grande demais para ela. Contudo, ela garantia que estava bem e que não se importava de ficar sozinha, pois sabia que um dia ou outro isso aconteceria, então só precisei me encarregar de visitá-la o máximo de vezes que podia e chamá-la para ver as netas todos os fins de semana. Algumas dessas vezes ela não vinha, mas passava a noite comigo e com as netas quando Matheus estava em outras viagens pelo país.

Depois da convenção na França, onde ele fez amizade com alguém da área e exibiu sua ideia, ele passou a se integrar na parte de desenvolvimento da empresa dos pais junto do Christopher. Os dois foram aprendendo e aprimorando suas responsabilidades até conseguirem se estabilizar por lá e ficarem responsáveis pela parte de criação e desenvolvimento do império.

Claro que enquanto isso acontecia e eles tentavam conseguir seu espaço, Matheus e o senhor Kingsman procuravam por ideias, desenhavam protótipos e iam para outras convenções tentar descobrir como eles levariam para frente o que tinham em mente. Os dois chegaram a viajar para o Brasil para ver jovens adultos e suas inovações.

Eu, depois de poder voltar a trabalhar, tive que fazer algumas escolhas. Eu queria exercer minha profissão, queria colocar o que aprendi em anos na prática, mas não poderia fazer isso na loja do senhor Remy e também não queria contratar uma babá para cuidar das gêmeas. Então... O que fazer?

Com dias e mais dias de pura conversa com meu noivo e com a família, consegui um emprego na empresa dos meus sogros na parte publicitária da coisa. Entretanto, nem Antonella e nem Connor estavam à par dessa parte da empresa deles, então eu tive sim que começar como estagiária e também tinha uma chefe. Ao tempo em que eu trabalhava de nove às cinco da tarde, minhas meninas ficavam com a avó que, depois de muito relutar, aceitou o salário que eu lhe dava para que ela conseguisse ter sua vida e não se tornasse totalmente dependente de mim.

Seu emprego na casa da família Dusley já era, antes de sair ela me contou que soube pelo próprio Seamus que Samantha estava internada numa clínica de reabilitação e que ele era o único que a visitava. Era triste, mas eu não teria coragem de ir lá e também não me sentia confortável com o pensamento de que Matheus poderia tomar a iniciativa de ir.