Consequências de Uma Noite - Série Consequências Irreparáveis 1.5

Capítulo 7

You gotta go and get angry
At all of my honesty
You know I try
But I don't do too well with apologies
I hope I don't run out of time
Could someone call a referee?
Cause I just need one more shot at forgiveness
I know you know that I made those mistakes
Maybe once or twice

— Sorry - Justin Bieber

~Já estou te esperando em frente a padaria. Venha rápido. Estou considerando comprar um dos sonhos da vitrine O_O

Gargalhei alto. Quando completei onze semanas, Carol inventou que tinha de entrar numa dieta louca de sem glúten, sem lactose e sem açúcar. Juro que duvidei muito que ela fosse conseguir ficar longe de doces por mais de vinte e quatro horas, mas fiz doze semanas de gestação e ela ainda estava indo muito bem. Até parar na frente de uma padaria com o doce que ela mais ama bem a mostra.

Torci para que ela resistisse ao doce até eu chegar na padaria. Sei que, em plena quinta feira, se ela se rendesse ao doce, o resto da minha semana seria um desastre. Carol estava num complexo sobre seu corpo e eu não sabia de onde isso tinha vindo, porém, caso ela decaísse em sua dieta, eu passaria o resto das horas consolando-a por não ter conseguido ter pulso firme numa ideia louca que ela mesma criou.

Com a tarde de folga da faculdade e do trabalho, resolvemos sair. Fazia muito tempo que não nos reuníamos apenas para curtir algumas horas juntas. Nunca passamos uma tarde no shopping fazendo compras - até porque não tínhamos condições para isso - mas sempre demos um jeito de assistir a um filme, comer pipoca ou nos empanturrar de refrigerantes e chocolates.

Não que eu pudesse me empanturrar exatamente. Os enjoos já passaram, porém as semanas também. Estou cada vez maior e não podia me dar ao luxo de engordar algo que não fosse diretamente dos bebês.

Arrumei a alça da mochila de franjas nos ombros e atravessei uma rua. Descer uma ladeira é muito melhor que subir, com certeza, então quando estava apenas a uma quadra de chegar na padaria em que Carol me esperava, nem mesmo estava ofegante.

— Realmente, Davis, você conseguiu me surpreender — escutei alguém dizendo. Olhei para o lado: Samantha. Ela estava linda, vestindo uma blusa amarela de tecido chiffon por baixo de um blazer e uma calça de linho branco, seu salto alto acabava com qualquer mulher, é de tiras douradas, lindo. Eu não chegaria aos seus pés nem se tentasse. — Engravidar do único filho dos Jacksons? Realmente...

— Olha, Samantha, eu preciso ir.

— Não, não, não. Você vai ficar aqui, vai conversar comigo — ela afirmou e não parecia disposta a negociar nada. — Direcione-se a mim usando meu sobrenome, garota, não somos tão íntimas assim.

Oh meu Senhor. Ajude-me a não surtar.

— O que quer?

— Acha mesmo que eu acredito que esse filho é do Matheus? Me poupe, garota. Conheço esses tais golpes que gente como você escolhe dar nos mais ricos, mas vou logo avisando que você não vai conseguir me tirar da família Jackson, muito menos o meu posto de nora lá.

Como podia ser tão mesquinha? Como podia se mostrar tão superior às outras pessoas e mesmo assim vir procurar briga comigo na rua? Na rua!

— Veja bem, Matheus e eu já falamos sobre isso várias vezes, posso te garantir que eu não preciso de nada que venha de você, até porque eu não fiz um filho contigo, Samantha.

Ela riu abusada. De aparência ela é belíssima, mas se o seu jeito de ser fosse sua única característica... A loira não estaria nada bem na fita.