Capítulo 22

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The world as I see it,
Is a remarkable place
A beautiful house in a forest, of stars in outer space
From a birds eye view
I can see it has a well-rounded personality
From a birds eye view,
I can see we are family
The World as I See It – Jason Mraz

Matheus

Estar em Paris era como flutuar, como viajar para o espaço sideral e viver na gravidade zero! Por só saber o básico do francês, sentia dificuldade em me comunicar, mas os parisienses não se incomodavam de me ajudar, trocavam algumas palavras em inglês comigo e sorriam para mim quando notavam que eu havia entendido e que eles, mais uma vez, haviam conseguido ajudar outro visitante. A capital da França estava mais do que disposta a receber os estrangeiros.

O hotel em que fiquei era rústico, aconchegante e ao abrir as janelas dava para sentir o cheiro de pão fresco vindo de bem longe não importava que horas fossem. Logo na porta do hotel tinha um restaurante que disseram-me receber várias visitas de famosos franceses após a meia-noite.

Talvez eu cruzasse com um por aí.

Eu conseguia ver a pontinha da torre Eiffel do meu banheiro e estava louco para caminhar pelas ruas a caminho dela. Visitar, tirar fotos, se eu tivesse tempo até faria uma excursão para conhecê-la melhor, dizem que tem um restaurante bem no topo da torre. Será verdade?

Infelizmente chegar até a França não foi tão simples. Além de ter saído relativamente atrasado de casa, uma das minhas malas ultrapassou o limite de peso permitido pela companhia aérea. Não entendi como já que eu não estava levando muita coisa, mas tive que abri-la e tirar dois cadernos de dentro, colocando na mochila que eu levaria comigo dentro do avião para não pagar as taxas extremas que eles queriam cobras.

Apenas depois de fazer essa retirada que consegui despachar a mala grande e respirar aliviado.

Raíssa estava acompanhando meus pais e eu, ela estava vestida por uma jardineira e com a aparência de cansaço e dolor. Afinal, o meu voo saía às quatro da manhã e ela já estava com trinta e seis semanas. Se não estava fácil para mim, imagine para ela.

Mesmo assim, Raíssa quis vir conosco.

Deitou comigo na noite anterior por volta das oito e, quando o despertador bateu uma e meia da manhã, já estávamos frenéticos. Até todo mundo se arrumar, comer alguma coisa, colocar as malas no carro, se certificar de que não estávamos esquecendo nada e chegar ao aeroporto... A hora passou voando. O certo era estar no aeroporto duas horas antes do embarque, eu só estava com todas as burocracias prontas uma hora antes do voo sair.

— Por que é que você não comprou a passagem para um voo que saísse de noite? — ela perguntou, me abraçando de lado enquanto estávamos na escada rolante.

Já estavam chamando para o embarque pelas televisões espalhadas por todo o aeroporto.

— Todos estavam completamente ocupados.

Aparentemente toda a cidade de Denver queria viajar para Paris.

— Seria muito mais fácil. Dormiria quase que o voo inteiro.

— Infelizmente não rolou. Agora vou ter que dormir uma parte do voo e ficar o restante dele acordado, inquieto na poltrona esperando e implorando para descer logo.

Consequências de Uma Noite - Série Consequências Irreparáveis 1.5Onde as histórias ganham vida. Descobre agora