Capítulo 3

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I figured it out
I figured it out from black and white
Seconds and hours
Maybe they had to take some time
I know how it goes
I know how it goes from wrong and right
Silence and sound
Did they ever hold each other tight, like us?
Did they ever fight, like us?

You & I – One Direction

— Parece que a bebida não afeta em nada o seu jeito de ser. Mesmo com o álcool no sangue, seu humor continua sendo desprezível — observei. Sabe-se lá quantas garrafas dessa ele bebeu.

Ele curvou os lábios sem se importar e acabei me perguntando quanto tempo conseguiríamos passar juntos sem trocarmos algumas farpas. Provavelmente muito menos do que o quê seria necessário para matarmos um ao outro.

— Você deveria tomar um pouco — ele estendeu a garrafa para mim, oferecendo-me um pouco da bebida. — Aproveite, é irlandesa, importada, uma que você nunca mais verá de perto.

Estúpido.

— Não posso beber — dispensei.

— Quem sabe o álcool não o mate logo de uma vez — ele apontou para minha barriga. — É de graça, uma promoção, nem precisará pagar um médico para fazer o aborto.

Esfreguei meu rosto com força.

Mordi a língua para não o chamar de filho da puta, pois sua mãe é apenas um anjo que teve a infelicidade de parir o demônio. Mas que ele estava sendo um bastardo sem coração, estava.

— Matheus... — tomei um pouco do ar que acabou adquirindo o cheiro do seu perfume. — Serei bem direta: eu estou grávida sim e o filho é seu, então a menos que você queira saber dessa criança, espero que trate de prestar mais atenção na maneira com a qual fala comigo.

Ele riu antes de responder-me.

— Não vou parar de dizer o que eu penso só porque agora você é uma gravidinha sensível de merda.

— Pelo menos eu posso ser considerada um ser humano — disse, fugindo do assunto. Não fiz a mínima questão de respondê-lo.

— Claro que pode, Raíssa, e é exatamente por isso que somos tão diferentes — ele disse, dando um passo em minha direção. Não recuei, mas certamente teria o feito se não fosse por meu corpo estático. — Eu sou um animal. Sabe qual? O leão, o rei da selva, o animal que assusta todos os outros — mais um passo. —, aquele que deve ser respeitado e a quem os demais devem obedecer. Eu sou o leão na vida, Raíssa — outros dois passos. —, então acho melhor ficar atenta aos meus movimentos. Tome cuidado.

— Será isto uma ameaça, Jackson? — questionei com nossos narizes quase colados. Vi as chamas de ódio em seus olhos azuis e tive a certeza de que os meus estavam do mesmo jeito.

— Como uma estudante de publicidade, precisa saber interpretar as propagandas — ele piscou e sorriu malvado. — Não é isso, Cereja?

Logo depois ele caiu sobre mim e apertou sua boca na minha.

O gosto forte da cerveja passou dele para mim, o que fez com que eu o empurrasse para longe com toda a força que tinha. Limpei meus lábios com as costas das mãos, cheia de força, sem piedade, mesmo sabendo que os sentiria latejar pela brutalidade.

— Nojento! — gritei.

Ele apenas gargalhou de mim, ignorou minha raiva e dobrou-se sobre seus joelhos como que se tudo que aconteceu tivesse sido a maior piada das nossas vidas, como se fosse o melhor show de stand-up comedy que ele já existiu na face da Terra.

Consequências de Uma Noite - Série Consequências Irreparáveis 1.5Onde as histórias ganham vida. Descobre agora