Consequências de Uma Noite - Série Consequências Irreparáveis 1.5

Capítulo 13

Do you used to call me on my,
you used to, you used to
You used to call me on my cell phone
Late night when you need my love
Call me on my cell phone
Late night when you need my love
I know when that hotline bling
That can only mean one thing

— Hotline Bling - Drake

Geralmente sou acordada pelo despertador ou por minha mãe avisando que está saindo para o trabalho, o que fazia com que eu precisasse levantar para ir para a faculdade depressa ou permanecesse acordada o resto do dia por não conseguir retomar o sono. Desta vez, porém, fui acordada aos poucos, com dedos carinhosos passando por meu cabelo e desenhando o contorno de meu rosto.

Eu até poderia voltar a dormir se não fosse por uma coisa: desejo. O primeiro de toda a gravidez.

Por isso que quando abri os olhos e vi Matheus me observando com tanto afinco, acabei corando. Não de constrangimento, mas de ansiedade. Eu precisava saciar o desejo.

— O que foi? — ele me perguntou, rindo de lado.

Contorci-me um pouco e senti que nossos pés estavam entrelaçados. Não soube dizer quando isso aconteceu, contudo consegui apreciar o contato suave.

— Quero comer melancia — contei-lhe, segurando com os dedos o tecido da camisa que lhe foi emprestada.

— Melancia?

— É...

Desfiz nosso aperto e sentei-me na cama. Com a fumaça do sono já dissipada, foram segundo necessários para que eu entrasse em combustão. Eu precisava comer melancia e a minha sorte era que há poucos dias minha mãe fez compras, então a casa estava abastecida de comidas saudáveis e frutas, consequentemente, de melancia.

Obrigada, mãe.

— Vou com você — ele avisou.

Levantei-me junto dele e, com os pés descalços, fomos até o primeiro andar. Na cozinha, Matheus tomou a iniciativa e ordenou que eu deixasse ele matar o meu primeiro desejo. Ele pegou a melancia redonda e mediana da geladeira. Ele buscou por uma faca grande nas gavetas e passou a cortar cubos bem grossos da fruta. A lâmina parecia afiada, deslizava na melancia com a mesma facilidade que eu tinha de estalar os dedos. Ao terminar, ele arrumou a bancada, lavou a faca e deixou tudo limpo depois de parecer satisfeito e, antes de trazer o pote de plástico e um garfo, ele deu um sorriso bobo.

Matheus estava feliz por participar.

Sentando-se ao meu lado, o céu começou a clarear. Puxei o garfo de sua mão e deixei o primeiro cubo desfazer-se em minha boca.

Não era realmente o que eu estava esperando.

Abri alguns armários, buscando por alguma outra coisa que me deixasse satisfeita, então quando eu vi uma garrafinha de plástico em formato de ursinho e tampa amarela, tive certeza que meus olhos brilharam como o reflexo de um diamante no sol.

Mel.

Voltei para meu lugar, fisguei outro cubo da melancia gelada e derramei uma boa quantidade do líquido de cor âmbar por cima. O gosto doce predominou toda a minha boca até que eu mordesse a fruta e a água dela desfizesse essa dominância dos céus e deixasse tudo mais gostoso.