Consequências de Uma Noite - Série Consequências Irreparáveis 1.5

Capítulo 14

Can't keep my hands to myself
No matter how hard I'm trying to
I want you all to myself
You're metaphorical gin and juice
So come on, give me a taste
Of what it's like to be next to you
Won't let one drop go to waste
You're metaphorical gin and juice

— Hands to Myself - Selena Gomez

Soltei a caneta assim que o sinal bateu.

Finalmente as provas terminaram. Agora só precisava esperar pelo resultado e, enfim, a formatura. Nunca estive tão aliviada por ter terminado. Já que me aproximo dos seis meses e meio, a vida passou a ser uma loucura. Estava ganhando cada vez mais presentes para as meninas, Daisy começou a fazer uma contagem regressiva para a cesárea, Carol estava ansiosa para a festa de formatura e eu precisava de cuidados especiais na faculdade até o dia de hoje.

Depois que o diretor apanhou do Matheus, ele se escondeu de todos os alunos, apenas fez pronunciamentos de que os alunos precisavam ir com calma ao estarem ao meu lado e que ninguém tinha o direito de falar sobre a minha situação.

Irônico, não?

Claro que todos comentaram, mas, como sempre, as novidades acabaram virando papel passado e depois de uns dias eles cansaram de especular sobre a minha gravidez e faziam-me gentilezas por vontade própria. Abrir a porta da sala, dar preferência no banheiro quando havia fila e até comprar um lanche quando eu precisava apresentar trabalhos, mas estava passando mal de nervoso.

A relação de Matheus que ainda era complicada. Depois que saímos do shopping, ele me deixou em casa e foi para a dele. Fiquei sabendo que ele e os pais simplesmente ignoraram o assunto e o fato de Molly estar numa clínica para seguirem com a vida. Se comentaram, não disseram uma palavra e continuaram com isso até que conseguissem levar os dias como pessoas normais.

Já faz seis semanas que isso aconteceu.

A parede de vidro foi substituída com a mesma facilidade que eu tenho de estalar os dedos.

Samantha? Nunca mais a vi.

— Podemos ir? — Carol me perguntou, puxando minha mochila para seu ombro e estendendo-me a mão para que eu levantasse da cadeira.

Desde que minha barriga passou a me impedir de levantar sozinha, ela me ajuda em tudo. Até me presenteou com a jardineira que uso agora, que, a propósito, é muito confortável. A que uso no trabalho passou a me apertar em todos os lugares, então essa se tornou, sem dúvida, minha roupa preferida.

Grávidas deveriam receber uma de presente assim que engravidam. É maravilhoso.

— Podemos — aceitei sua ajuda e me ergui.

Mais uma sexta feira, mais uma folga, mais uma semana que se encerrava e mais uma semana de gestação que quase se completava.

Nem conseguia acreditar que vinte e seis já se foram. Amanhã completarei vinte e sete.

Nossa senhora. Está chegando a hora.

— Nem acredito que acabamos as provas — ela suspirou. — Agora que acabou, só consigo pensar em pegar o diploma e sair disso aqui.

— Admita, Carol. Você está pensando na festa — sorri, colocando a mão em minha testa, protegendo meus olhos do sol.

O dia estava lindo, porém muito quente.