Entrei dando "bom dia" e me desculpando pelo atraso, não dei satisfação alguma.

Puxei o papel em cima da mesa e o nome "EXPANSÕES" quase piscava. E eu sabia que iria sair dali defendendo o meu "NÃO".

E não havia ninguém no mundo para culpar além do Sebastian, que sempre fez questão de causar escândalos na empresa, nunca tratou os empregados bem e não demorava para receber um processo de milhões nas costas. O lance dele sempre foi mandar nos outros, mas não saía do lugar. Sempre querendo ser o rei, nunca aceitando sócios que comprariam alguns porcentos da empresa, assim teríamos dinheiro para investir em algo, investindo, mais investidores apareceriam já que a empresa estariam voltando à ganhar.

Mas temos investidores antigos na empresa, que sabem que se conseguirmos ir em frente seria como um baú cheio ouro, mas pensando assim, eles visam apenas o lucro, não o processo. Não podemos colocar fé em algo enquanto eles acharem que o dinheiro que investiram à um tempo atrás vai nos tirar do lugar. E talvez com o novo sócio e com mais investimento possamos entrar em algum acordo.

Sebastian havia marcado uma reunião daqui à algumas semanas, mas eles não estavam sendo pacientes, Brasil agora estava sendo o alvo, com certeza leram alguma matéria sobre os investidores que vieram até nós e estavam querendo fechar com eles.

Mas aquilo não sairia até alguém colocar mais uma vez a mão no bolso.

— Não se trata de simplesmente expandirmos, eu já cansei de falar, não temos dinheiro para isso. —tenho os papeis em minha mão e folheio que se estivesse lendo.

— Como não temos dinheiro?

— Bem, se não se lembram alguém afundou o barco no ano passado, e não se paga processos com balas. —uma indireta de leve. — Não quer dizer que estamos falindo, mas quer dizer que qualquer expansão no momento é um tiro no escuro.

— Isso é um absurdo!

— A solução é os senhores colocarem a mão no bolso. Temos o nosso novo sócio conosco hoje, o Fill. — todos o olham. — Que comprou 2% da empresa, é um começo. Mas não vamos para lugar nenhum com o que temos.

Todos se olham.

— Alguém?

Ninguém se manifesta.

— Fim da reunião. — levanto da cadeira e não demora para todos falarem ao mesmo tempo, quase gritando.

Como assim?

Ninguém aqui vai oferecer mais nada.

Eu apenas sorri.

— Você não sabe o que está fazendo. —o comentário chama minha atenção enquanto caminho até a saída.

— Sou eu que não sei? —ele logo fecha a boca assim como todos.

— Nos vemos na próxima reunião, senhores.

Foi um alivio sair dali, era muita testosterona para um lugar só.

Os investidores do Brasil, seriam realmente investidores do Brasil. Investiriam pouco aqui e muito lá. E só quando viesse o resultado, o real dinheiro chegaria em nossas mãos. Então a questão era toda entre aqueles homens que se achavam sabichões e se comportavam como se não tivessem um tostão no bolso. Eu não podia fazer nada além de manter a empresa em pé, aqui, na nossa cidade, aos meus olhos.

Eu estava cansada e minha cadeira era a coisa mais confortável do mundo.

— Alexis... —abro os olhos e Amanda está na porta com o telefone na mão. — Ligação para você...

A Conveniência do CasamentoWhere stories live. Discover now