Capítulo 1 (Parte 1)

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Parte 1

Eduardo

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Eduardo...

O problema de resistir a uma tentação

é que você pode não ter uma segunda chance.

(Lawrence Peter)


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São Paulo/SP

Alguns meses depois...


Ele atravessou a pista em passos largos e quando localizou o local combinado para o encontro, um modesto restaurante situado numa rua tranquila da zona sul de São Paulo, sentou-se a uma mesa que ficava em frente a uma enorme vidraça. Ficou olhando a movimentação quase nula na área externa do recinto, através das lentes escuras de seus óculos. Parecia distraído a quem quer que o visse naquele momento. Mas a verdade pura e simples é que Eduardo não se dava ao luxo de se distrair. Os anos na academia de polícia haviam lhe ensinado a estar sempre vigilante, mesmo nos momentos de descanso.

Faltavam quase dez minutos para as cinco da tarde. Por isso ele, sabia que aquele que o convidou, em breve, chegaria. Mesmo assim, mais uma vez, percebeu-se ansioso para saber o que o se ex-chefe queria com ele.

Será que tem alguma coisa a ver com Açucena?, perguntou a si mesmo e, de imediato, respondeu: Não. Não é possível. Açucena foi inocentada de todas as acusações.

O assunto devia ser outro. Tinha de ser outro. Belchior fora um grande amigo de seu pai desde os tempos do exército e, apesar de cada um ter percorrido caminhos diferentes na área policial, já que Belchior optou por fazer carreira na polícia civil e seu pai na militar, nunca ficaram por muito tempo sem contato um com o outro. Então, o motivo para aquele encontro poderia ser um simples bate-papo. Por que não?

No fundo, Eduardo sabia que aquele convite não era por acaso. Possivelmente, seu ex-chefe sabia de sua vinda a São Paulo quando lhe ligou. Afinal, saber o paradeiro de qualquer pessoa era algo que o setor de investigações não tinha qualquer dificuldade, exceto quando se tratasse de um criminoso em fuga. Ainda assim, a porcentagem de localização de fugitivos, mesmo dos mais habilidosos, é bastante alta para provar que nada, ou quase nada, é impossível para a polícia federal, para a INTERPOL.

Ainda pensando nisso, adiantou o seu pedido e solicitou apenas um café preto, pois embora aquele fim de tarde estivesse bastante abafado, ao contrário dos dias anteriores, e merecesse uma cerveja bem gelada, ele não gostava de beber durante a semana. Quando bebia, o que era algo cada vez mais raro, era só em finais de semana. Até porque um homem à beira de seus trinta e cinco anos de idade tinha de pensar em sua saúde, dizia a si mesmo com frequência. E era por isso que fazia exercícios diariamente, mesmo que fosse em casa. Os exercícios físicos ajudavam não somente a manter o corpo saudável e em forma, como também a manter um extraordinário condicionamento físico, que poderia causar inveja a qualquer moleque de quinze anos. Não que ele se preocupasse em causar inveja a quem quer que fosse. Pelo contrário.

Corações Selvagens (Capítulos para degustação)Where stories live. Discover now