LUÍZA BECKER

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Já era noite e faltava poucos minutos para as 21hrs. Tinha mandado uma mensagem para minhas amigas desmarcando nosso compromisso mas por algum motivo desconhecido e estranho, eu não obtive resposta. Aquilo realmente era estranho. Conhecia Madélline o suficiente para saber que ficaria muito P da vida comigo só em ter atrasado nossa noite, imagina desmarcar algo que ela queira muito ir. Sabia que tinha feito errado em desmarcar com ela, já que tinha sido meu primeiro compromisso. Mas eu também conhecia aquele Bravo muito bem ao ponto de saber que ele não aceitaria um não como resposta. Viria atrás de mim com certeza. As 20hrs já estava pronta, havia trocado de roupa diversas vezes. Como não sabia para onde iríamos tive dúvidas em qual roupa usar, mas por último optei por um vestido cor nude de alcinha que ia até meus joelhos, completamente colado. Por baixo usava só uma calcinha de renda preta. Amava as rendas. Desistir de trocar tanto de roupa, pois sabia que não daria mais tempo de procurar por algo mais elegante.
Estava sentada no sofá da minha casa quando a campanhia tocou alta e sonora. Levantei e fui praticamente correndo até a porta, ao abrir, encarei a fisionomia familiar a minha frente. Não sabia se sentia total frustação ou alegria por ver aqueles rostos.



-Meninas.-pareceu mais uma afirmação quando pronuciei ao olhar para Madélline, Elza e Olívia.-Eu liguei para você, Madélline.



-Desculpe. Não sei onde coloquei meu celular.-disse ela olhando dentro da bolsa de dois mil reais, da Chanel.




Não vou nem perguntar o que houve com os celulares de Elza e Olívia. Corria o risco delas arrumarem uma desculpa. Sabia exatamente que Madélline poderia ter pedido para nenhuma me atender, já que sabia que eu tinha o costume de desmarcar compromissos com elas.



-Vamos ficar aqui ou vamos apressar a caminhada? Estou doida para rebolar hoje.-disse Elza eufórica.



-É que preciso falar com vocês.-fiquei extremamente nervosa. Queria muito dizer que não iria com elas, mas podia machucar minhas amigas.



-Fala no caminho. Agora vamos.-Madélline segurou meu pulso e literalmente me arrastou para o carro.



-Madélline espere.-implorei.



Foi quase impossível pedir para Madélline esperar. Mesmo tentando foi impossível. Elas nem me deram chance de falar. Quando havia notado já estávamos no caminho de uma casa noturna que eu conhecia bem. Por um momento eu estava feliz e destruída só curtindo a noite com minhas amigas. Sentia falta daquilo. Desde que começamos a trabalhar, quase não surge tempo só para sair e relaxar. Estava curtindo a noite dançando e bebendo. Naquele momento nada podia acabar com a minha alegria. Pelo menos foi o que eu pensei quando acabei tombando em alguém e derramando um pouco de bebida na calça, que por sorte, era escura. Não tinha olhada ainda quem era, então eu olhei na direção da mesma para me desculpar quando eu olho o ser maligno bem na minha frente. Sentir cada parte do meu corpo congelar. Diria até que cheguei a ficar tonta. Minhas pernas perderam total equilíbrio, falhando em seguida. O copo que até então estava na minha mão foi de encontro ao chão rapidamente. Ele estava igual da última vez que eu o vi. Não mudou quase nada, apenas a barba que agora estava rala.



-Fernando.-balbuciei trêmula ao ver ele depois de alguns meses.



Fernando Garcia de Macco, com apenas 27 anos, é o homem mais sujo que conheci e por um azar, meu ex.
Havíamos namorado a dois malditos anos. Dois anos de pura traição e desgosto. Fernando e eu trabalhávamos juntos em um hospital que tem perto da sua casa. Fernando é um homem sem escrúpulos e violento. Digo por conta própria, provei do seu veneno, nem o pão que o diabo amassou consegue definir o tempo que eu passei com ele.
Eu tinha aquele velho pensamento de ele vai mudar. Por um bom tempo pensava que quem ama perdoa, mas aprendi da pior forma que quem ama cuida. Lembro como se tivesse acontecido hoje. A primeira vez que ele me violentou agressivamente.

POR VOCÊ - Vol 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora