HEITOR BRAVO

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O relógio marcava sete e quarenta e cinco da noite. Ainda estava no trabalho resolvendo alguns contratos que eram muito importantes mas estava tão indignado que só queria sair de lá e esfriar a cabeça. Tive o desgosto terrível de reencontrar um velho inimigo de colegial como assistente de um sócio importante. Não misturei nada, agir naturalmente mas não consigo força algo. Aquilo acabou com todo meu humor, ainda mais quando o filho da mãe percebeu meu desconforto e provocou ainda mais opinando em algo que não pedia sua opinião. Desde então fiquei resolvendo umas coisas para ver se conseguia relaxar, mas tudo que eu conseguir foi ficar ainda mais estressado. Mesmo sendo o dono daqui não posso me dar ao luxo de ir para casa por causa de um estresse sem necessidade. Tentei arrumar um tempo até para ver minha filha.
Olhando por um lado, aquilo soava estranho. Chamar alguém de filha era como se estivesse chupando limão. Não sei se estou pronto para ser pai, mesmo não sendo pai de sangue, serei o pai. Eu que irei criar, darei dinheiro  para suprir tais necessidades, um teto, amor e o resto do mundo para aquela garotinha. Mas confesso que mesmo estando com certo receio de ser pai de uma menina. Sei que terei marmanjos caindo aos seus pés na adolescência, terá ela aquela fase que um dia tive e sei como os rapazes nessa idade pensam sobre garotas. Deus. Acho melhor arrumar uma casa bem longe da cidade. Acalma tua alma homem. A menina nem cresceu ainda. Pensei. Lembrei-me que deveria ter ido ver minha filha e ter resolvido alguns assuntos sobre ela, como seu nome por exemplo. Preciso ir imediatamente até o hospital resolver isso.
Terminei tudo que tinha para fazer e o que faltou faria quando estivesse em casa. Tudo que precisava agora era ir até o hospital. Não sabia se o nervoso que sentia era uma mistura por saber que verei minha filha, ou aquela libertina safada. Não vou dizer que nunca havia sentindo isso por alguém, essas coisas soam clichê para mim, mas devo confessar que eu adoraria ter uma noite com a dona daquele corpo pecaminoso. Mas no momento não é minha prioridade. Sempre fui muito focado no que eu queria e agora não seria diferente.

Cerca de 30min já estava no hospital. Estacionei minha BMW NAZCA M12, um dos meus brinquedos e amor platônico, em uma vaga qualquer no estacionamento em frente ao hospital.  Caminhei até a entrada onde já havia notado certa movimentação. Claro, advinha? A vagabunda estava tumultuando todo no ambiente, gritando como se não tivesse respeito por ninguém ali. Realmente não tinha.

-Caroline.-indaguei apenas uma vez no meu único tom neutro mas rude.

Ela se virou para mim lentamente e sabia que eu estava pronto e podia sem me importar com as consequências, dar-lhe bons tapas na cara de pau que tinha ela.

-Mas que baixaria é essa no meu hospital?.-ouvir vindo na nossa direção a voz tão doce e serena, mas aparentemente nervosa, da libertina.

Hoje, em especial, estava mais linda que da última vez que nos vimos. O que não foi há muito tempo. Os passos eram firmes como de uma modelo de lingerie. Apesar da desenvoltura firme, passos estonteantes e confiantes, seus olhos ao me verem ficaram apreensivos. Eu sabia que minha presença estava deixando ela desconcertada e com certeza usaria isso no futuro próximo, talvez.

-Srta. Becker esta mulher quer sair daqui sem nem ter recebido alta. Ela não pode sair assim.-diz um enfermeiro de prontidão que estava perto da vagabunda da Caroline.

-Pois bem.-ela desviou seus olhos dos meus e direcionou para Caroline.-Você pode sair sim, se assinar um papel afirmando que você estar por sua responsabilidade se algo acontecer com a mesma. Agora a bebê ficará aqui e se quiser tirar ela daqui pode pôr um processo em cima de mim. Só assim eu poderia mostrar a todos o tipo de mãe que você é.

-Onde está essa merda de papel? Não suporto mais estar nesse lixo.-Caroline revirou os olhos demonstrando sua falta de postura.-Quanto a essa coisa, por mim eu não chego nem perto.-enfatizou ao pronunciar coisa.

POR VOCÊ - Vol 1Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang