LUÍZA BECKER

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Hoje seria um dia cheio no hospital. Devo não ter mencionado mas tenho um hospital que construir quando recebi minha herança quando meu pai faleceu de câncer. Minha mãe ajudou com tudo que precisei quando comecei. Hoje trabalho com a minha mãe, que apesar da idade e da boa vida financeira nunca deixou de trabalhar. Por sorte, minha mãe e eu nos formamos em Medicina. Mamãe ficava na parte da clínica geral e eu na pediatria. Amava crianças e o fato de um dia ser mãe só aumentava ainda mais meu amor por minha profissão. Hoje é 23 de agosto e estava tudo completamente calmo no hospital. Estava na minha sala, havia acabado de atender uma linda menina que tinha problemas de coração tão nova, mas por sorte me especializei em cardiologia pediátrica e muitas outras áreas como neonatalogista, Neurologia, nutrologia entre muitos outros, quando de repende o telefone do meu consultório tocou alto ecoando pela minha sala. Tirei do gancho e aproximei da minha orelha atendendo logo em seguida já sabendo que poderia ser Davila, minha secretária.


-O próximo paciente é só daqui a uma hora Davila.-afirmei enquanto escrevia algumas receitas para entregar a um paciente que já havia consultado.


-Stra. Becker temos uma emergência.-ouvir o pavor de sua voz atrás da linha.


-A não ser que o hospital esteja pegando fogo, o que é impossível já que este hospital é devidamente equipado para emergências, eu não vejo nada de demais.-dei de ombros.


Sabia que meu hospital era um dos melhores hospitais particulares. Jamais ouviu -se sequer uma reclamação.


-Stra. Becker temos apenas cinco obstetras no hospital e estão trabalhando em outros partos e outros estão em horário de almoço e não atendem ou estão de folga. Chegou mais uma grávida e está entrando em trabalho de parto neste instante no saguão.


-Ôh Deus...-exclamei nervosa.-O que irei fazer?


Sentir um gelo terrível irradiar meu corpo. Maldita hora desses médicos estarem indisponível uma hora dessas. Como pode um hospital tão respeitado como o meu acontecer isso. Cinco. Meu Deus, apenas cinco obstetras e ainda estão em trabalho de parto. Essas mulheres também não sabem segurar a boceta uns dias depois do dia 23.


-Davila tente entrar em contato com todos. Ligue no celular, na casa, gente falar com os familiares, mas tente.


-Mas senhora não ser...-cortei sua fala completamente raivosa.


-Agora Davila.-elevei um pouco o tom de voz e desliguei em seguida.


Sai da minha sala ao encontro de Davila que apertava os números do telefone com força e nervosismo. Não vou atrapalha-la tanto. Preciso fazer alguma coisa. Não posso deixar essa mulher entrar em trabalho de parto no saguão e sem atendimento.


-Davila esqueça isso. Mande preparar a sala de parto imediatamente.


-Sim senhora.


Vi Davila sumir no corredor e fui até a recepção para ver a tal mulher. No corredor podia-se seus gritos estéricos pelas contrações. Vi uma mulher um pouco velha mas nao muito, ela gritava aos prantos no celular falando com alguém enquanto a grávida se mantinha na cadeira de rodas se contraindo de dor. Aproximei-me delas e tentei buscar a atenção da senhora que estava no telefone.


-Senhora preciso que fique calma ou irá assustar os outros pacientes.-falei calmamente para ela que voltou seus lindos olhos azuis para mim.


-Por favor ajude minha filha. Ela sentiu dores o dia inteiro e não quis vim logo.


-Irei levá-la agora mesmo para sala de parto e peço que se acalme.


POR VOCÊ - Vol 1Where stories live. Discover now