– Como se existisse a possibilidade de você se agradar da companhia dele – Isabel fala e Carine concorda.
– Não sejam malvadas com ele, Roberto tem qualidades, lhes garanto.
Não há tempo para mais argumentos, outro casal de marqueses de outra cidade distante aproxima-se, e lhes dou as boas-vindas.
Olho o salão grande a procura de Edgar. Não o avistei novamente está noite, deve estar atarefado com seus próprios cumprimentos e bate-papos. Todos se sentam para o banquete começar. Há mesas redondas de madeira espalhadas por todo o salão, tradicionais em banquetes, enfeitadas com toalhas rosas, rosas e velas. Sento-me numa mesa e Isabel e Carine me acompanham.
–Isabel, quero me sentar aí! – Ouço Carine sussurrar rudemente se referindo a cadeira a minha direita.
Estou a ponto de pedir calma entre elas, e garantir que ambas podem sentar ao meu lado. Contudo, antes, outro alguém se senta ao meu lado. E não é nenhuma das irmãs. Viro-me, pronto para cumprimentá-lo e descubro Edgar. Pela surpresa da situação, acabo por continuar calada.
– Também é um prazer lhe ver, Celine – ele sorri de lado e pisca os olhos. – Igualmente a vossas mercês, damas.
Junto com ele mais três meninas se juntam a nossa mesa. Quase reviro os olhos, um tanto nervosa, prevendo que Edgar dedicara atenção somente a elas e não poderei trocar palavra alguma com ele. Noto minha possessividade com alguém que mal conheço e tento pensar em outra coisa.
– Gostaria de declarar a cada um de vossas mercês que é um prazer tê-los aqui – as palavras de Henrique saem com animação e firmeza. Está em pé, na mesa central, a mesa do rei e da rainha. – Saúde, paz e, principalmente, amor, ao nosso povo!
Os que estão em sua mesa sorriem, orgulhosos por poderem comer ao lado da realeza.
– Ele poderia preparar um discurso novo, não acha? – Edgar comenta, abafado pelo barulho das palmas.
Henrique reitera o mesmo discurso em banquetes, raramente acrescenta algo. Sorrio com sua observação.
– Pelo menos, em bailes ele normalmente varia, pois não?
Edgar retribui meu sorriso. Todos tornam a se atentar para o prato de entrada que acaba de ser posto.
–Vossa Alteza, poderia nos dizer com o que ocupa-se diariamente? – Ouço a voz de uma das meninas que veio com Edgar, indagar a ele.
É evidente que a gentilidade dessas garotas vem diretamente do interesse em Edgar, um casamento e seu legado. Uma união com a família real é o que a família dessas garotas mais anseia. E nada mais perfeito que uma história de amor composta por um príncipe.
– Normalmente, pratico xadrez, em treinos extensos... É um jogo de estratégias fascinantes.
Pressiono meus lábios, Edgar não pratica xadrez. Percebo, pois jamais o vi praticando. As damas declaram também apreciar o jogo, e ouço suas tentativas de o agradar com misericórdia.
– E, além disso, muito de meu tempo é dado ao estudos.
Ele detesta estudar, para concluir, basta ver a sua presença nas aulas. Está sempre a faltá-las.
– Aplicar-se em aprender é uma das coisas mais relevantes na vida de um jovem. Especialmente nós, da nobreza e da realeza – é uma das respostas.
Toco o braço de Edgar, chamando-lhe a atenção, curiosamente querendo interpretar sua atuação. Ele alcança meu olhar rapidamente, já adivinhando o que vou questionar.
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O Céu de Celine
RomanceCeline era uma jovem solitária, filha do rei e da rainha de Amagiqué, e fantasiava com seu baile de apresentação (quando escolheria seu futuro marido) e com seu casamento, como fuga de sua grande tristeza. Faltavam três meses para que ela pudesse co...
Capítulo II - Parte 2
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