Capítulo 10.

1K 83 64
                                    

Apesar de ter dormido tarde, acordei cedo, as sete já estava arrumando a cama. Coloquei o celular para carregar, acabei ouvindo música até dormir, quando acordei estava todo enrolado no fone e o celular descarregado, passei a noite ouvindo música e pensando na Emily, essa garota está me deixando completamente maluco, todas as músicas que ouvi me fizeram lembrar dela, quer dizer, a maioria. Achei que nunca mais uma garota mexeria comigo, para mim todas mereciam ser usadas e jogadas fora, porque para mim todas eram iguais, traidoras, interesseiras, vadias, mas estava enganado, pelo menos uma não é assim. 

Emily pode ser esquisita, quem a olha assim à primeira vista vai achar isso, ela é calada, na dela, é seu jeito, mas ela é especial de alguma forma, é bondosa, doce, tem olhos lindos e um sorrido capaz de derreter o mais duro dos corações, como nunca olhei para ela? Como nunca notei o quanto ela é bonita? PORQUE O BABACA AQUI ESTAVA SEMPRE IMPLICANDO COM ELA, A PERTURBANDO TODOS OS DIAS. Ela aguentou todos os insultos e as humilhações, nunca me fez mal, mas o fato dela ser diferente dos outros, me fez ter vontade de torná-la minha vítima, meu alvo, meu brinquedo, uma garota indefesa, que para mim se mostrou ser diferente do que eu imaginava, mostrou isso nas poucas vezes que conversamos, gentileza e bondade foram coisas que vi nela, a garota que sempre anda de cabeça baixa pela escola sorriu para mim, me deixando completamente derretido.

- Caraca! Não tem nada para comer! - minha geladeira está vazia, exceto pela caixa de leite, que ao cheirar, quase vomito nela, tem alguns ovos, tomates e cebola, eu devorei tudo, até os biscoitos e o cereal - vou ter que fazer compras, mas hoje não, resolvo isso amanhã, vou tomar café na rua.

Como o tempo hoje está fresco, decidi não usar jaqueta, vesti uma camisa branca, meus jeans escuros e meu All Star preto. Ao passar pela portaria vi o porteiro levando uma bronca de um casal de moradores que acho nunca ter visto, só sei que eles reclamavam da mesma coisa que eu pretendia fazer, o fato do tal porteiro nunca estar na portaria. Ele nunca está e dessa forma qualquer um pode entrar, já que o portão não é eletrônico. Resolvo ir andando para a padaria, tem uma na minha rua, mas a última vez que comi lá encontrei um fio de cabelo no croissant, depois disso nunca mais voltei lá, aí comecei a ir em outra padaria, que fica um pouco mais longe de onde moro e onde sei que não vou encontrar cabelo no croissant. Viro duas esquinas e paro, do outro lado da rua vejo uma garota segurando um bebê na frente de uma igreja, dou um passo para trás e me escondo atrás de uma árvore e tiro os óculos.

- Emily?

É ela, toda sorridente brincando com um bebê que parece ter um ano ou menos, ela está tão diferente, arrumada, de vestido, sapato de salto alto e o cabelo está mais volumoso, de longe dá para ver que está linda. Um casal sai da igreja e caminha até ela, o bebê estica os bracinhos, a mulher o pega, eles conversam com Emily, que balança a cabeça e sorri, o casal também sorri, o bebê acena para Emily, que manda beijos para ele, o casal se afasta, Emily continua olhando para eles, até que virem a rua, em seguida ela coloca a mão no peito, parece estar chorando e se não estou errado, suas pernas parecem meio trêmulas, saio de trás da árvore e atravesso a rua.

- Emily? Você está bem? - ela olha para mim, meio assustada e com os olhos cheios molhados.

- Não - e para minha surpresa, ela se joga em mim e me abraça.

- Calma, vai ficar tudo bem - retribuo o abraço, passo a mão em seu cabelo - o que aconteceu? - ela não responde - vem, vamos sair daqui, tem uma padaria aqui pertinho, vamos ir lá, para você tomar um copo de água - ela balança a cabeça - vem - ela se apoia no meu braço.

Começamos a caminhar devagar, em silêncio, Emily chora baixinho. A sensação de tê-la abraçado pela primeira vez deixou meu coração agitado, suas mãos se agarraram com força na minha camisa, como se naquele momento eu fosse o seu escudo. Quando ela me olhou, vi tanta tristeza em seus olhos, não só tristeza, vi dor também, como se algo a tivesse atingido. Viramos a rua e chegamos na padaria, que mais parece um desses cafés chiques, por fora o letreiro rosa da fachada chama atenção, combinando com os canteirinhos de flores das duas enormes janelas, tanto a lateral, quanto a da frente, os vasinhos que ficam nas mesas pequenas do lado de fora também combinam com o letreiro.

Drag Me Down ( Harry Styles Fanfiction )Where stories live. Discover now