Capítulo Vinte e Quatro

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   Beijos.

   Beijos quentes e suaves foi a primeira coisa que senti quando a névoa do sono começou a se dissipar em minha cabeça. Beijos que só podiam vir da boca que eu tanto beijara ontem à noite. Da boca, que já era muito familiar para mim, pois já moldara meu corpo tantas e tantas vezes...

   Mesmo em meu estado meio adormecido e lucido meu corpo reagiu aos singelos beijos. Os beijos, que faziam arrepios se espalharem por todo o meu corpo, vinham calmamente subindo do meio das minhas costas nuas até chegarem onde inevitavelmente, fez meu corpo dar um pequeno espasmo. Dizer que naquele ponto, entre o meu pescoço e atrás da minha orelha eu era muito sensível, não era necessário. Tanto que pude sentir o sorriso de Júlio se abrir naquele exato ponto.

   O simples espasmo levou por fim, todo aquele acorda e não acorda, para longe me fazendo lembrar de todos os acontecimentos da noite passada. Tudo veio rapidamente a mim me fazendo inspirar fundo uma vez para controlar a enxurrada de ações e sentimentos que tinham sido prostrados ontem.

   Abri os olhos pela primeira vez e notei que a escuridão amena ainda nos envolvia, mas já se encontrava de manhã constatei ao ver pelos buraquinhos da janela uma modesta claridade se mostrar. Mal me lembrava de como tinha vindo parar na cama, pois mesmo que me lembrasse perfeitamente da parte em que tínhamos feito um amor duro, e até mesmo bruto, e muito puro ao mesmo tempo, não lembrava de ter me deitado nos lençóis negros que estavam enroscados nas minhas pernas. Mas isso foi um pensamento completamente passageiro, pois eu ainda podia sentir o nariz de Júlio passar totalmente pela extensão do meu pescoço me fazendo sorrir. Ainda com um sorriso meio dormente nos lábios virei meu tronco e deitei de costas, já que estivera de lado sendo acordado do melhor jeito possível!

   Júlio não demorou para estar em cima de mim com aquele quase convencido sorriso, que eu simplesmente amava nele. Como ele me mantinha presa naquela cama com seu corpo quente, não parei minhas as mãos quando elas quiseram o tocar. Saí arranhando com as minhas unhas curtas os seus bíceps até as minhas duas mãos se encontrarem em sua nuca. Foi evidente sentir seus músculos se contraírem quando fiz isso, que ainda fez eu copiar seu sorriso quase convencido.

—Duvido que haja melhor maneira de acordar. —eu disse com a voz que ainda saiu arrastada pela bruma do sono.

Duvida? —ele indagou com as sobrancelhas levemente levantadas e o sorriso aumentando fazendo a sombra de uma covinha aparecer. Não pude olhar por muito tempo a covinha já que ele abaixará o rosto e pouco depois senti seu nariz e lábios passearem pela extensão do meu pescoço descendo até a base dos meus seios e voltando para o meu ponto muito sensível, me fazendo imediatamente ter um leve espasmo novamente, principalmente quando ele raspou os dentes por ali.

Eu amo você... —ele sussurrou rouco na minha orelha do jeito mais sexy e ao mesmo tempo mais romântico possível!

   Ao ouvi-las um aquecimento sem igual se apoderou do meu peito e foi impossível não sentir também todas as lacunas vazias do meu coração serem completamente preenchidas por essas três palavras que significavam muito para mim. As três palavras que expressavam exatamente o que eu sentia por ele e ele por mim, me fizeram sorrir como se eu tivesse acabado de encontrar a coisa mais maravilhosa do mundo! E de certa forma era mesmo, pois eu não podia ver cenário melhor do que estar ouvindo o homem que eu amo sussurrar no meu ouvido que me amava estando tão coladinho a mim.

   Eu realmente não tinha dúvida de que essa era a melhor maneira de se acorda, concretizei ainda sorrindo de orelha a orelha. Eu sei que ele viu isso escrito em negrito em toda a minha face quando voltou a olhar para o meu rosto. O seu sorriso, além de mostrar aquele familiar convencimento, mostrava ternura e seus olhos um amor que eu sabia refletirem fortemente nos meus.

Perdendo-se pelo CaminhoWhere stories live. Discover now