CAPÍTULO 28 - E o mundo desabou!

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— Eu não acredito!!! — e cruzou o braço, amarrando um beicinho inconformado de criança contrariada.

Sabia que não ia ser fácil...

— E... por causa dessas minhocas idiotas da cabeça, o Bola veio com uma ideia pra eu matar todas elas de uma vez.

— E qual foi?

— Que eu me passasse por outra pessoa.

— Oi??!

— Que eu me transformasse temporariamente em outra pessoa, até sentir a segurança de que você estaria comigo, não importava quem eu fosse.

— Você me assustando, Kiko.

— Não fica, não, linda. Você vai entender...

— Você é algum criminoso?! — e perguntou com os olhos que não cabiam na cara.

— Claro que não. — e até ri. — Longe disso...

— Dupla personalidade?!

— Não... imagina... — e não consegui não rir.

— Que papo é esse, então?! Quem é essa outra pessoa?!

— Linda, a partir de agora, quero que você preste atenção em tudo que eu disser e que confie em mim.

— Kiko, você me deixando em pânico. quase saindo correndo daqui...

Nessa hora, eu prendi a mão dela entre as minhas. E a Camila não mentia. Ela tremia feito vara verde mesmo.

— Mila, olha pra mim... De tudo que eu te falar, quero que você saiba que você é a única pessoa que eu amo. E que não existe nada mais verdadeiro que esse amor que eu sinto por você. Você me entendendo?

Ela balançou a cabeça, confirmando, mas tava pálida de tão assustada.

— Meu nome é Cristiano Ferreira Aguiar Nunes e minha origem não é exatamente em Aguaí. Eu nasci aqui.

— O quê?!

— Meus pais vivem aqui em São Paulo também.

— Como?!

— Meu pai se chama Alberto Nunes e é o presidente da Performer.

— Onde você faz estágio...?

— Isso... E, eu não sou exatamente uma pessoa...

— ...Pobre?

— Exato.

— Mas por que você vive naquele ap. minúsculo??! E anda naquele carro??!

— Essa é a questão, linda. Eu não moro lá. E o carro... Bem... Além daquele fusca... eu tenho outro... Outros...

— E por que... você...? Não vai me dizer que tudo é... uma farsa...

— Não queria que pensasse isso...

— Mas o que é então, Cristiano????!!!

— Era algo que eu precisava. Não por sua causa...

— Como assim?!

Eu queria acreditar que não tava tão ruim, mas o jeitinho inconformado dela, a feição de decepção... Era inegável que aquilo não iria terminar bem.

— O que é verdade nisso, Meu Deus...???! O que é real em você, Kiko????! — e, de repente, ela me atravessa com a pior pergunta que poderia, me olhando dentro dos olhos.

— Linda... Eu amo você mais que a minha vida. Isso é real...

— Responde, por favor!!! — e deu um grito que me surpreendeu. — Do meu Kiko... MEU!!! Aquele que eu conheci em Avaré. O que é real??

Eu respirei fundo, fechando os olhos.

— Desculpa, Mila... — e foi tudo o que consegui dizer, antes das lágrimas começarem a vazar.

— Por favor, gatinho... Fala pra mim...

— Eu amo você, linda. Isso é...

— Fora isso, Kiko!!! Fora isso... — e me surpreendeu com outro grito estridente em meio as lágrimas.

Eu balancei a cabeça, chorando.

— Fala... por favor... — ela já implorava.

— Quase nada... — e finalmente tomei a coragem.

— Eu não acredito... — e foi tudo o que disse antes de enfiar a cabeça entre as mãos e começar a chorar a valer.

— Por favor, linda... Não fica desse jeito. Não por isso...

Eu a coloquei dentro dos braços com a cabeça encostada no meu ombro, ainda agachado no chão. Mas ela não reagia. Só chorava alto, gritando agoniada... Parecia sentir muita dor... A pior possível...

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**Camila**

Levei um tempo ainda pra conseguir me convencer que não era um pesadelo. Era real e tava acontecendo ali, comigo, a valer.

— Por favor, vai embora.

— Não, Mila!!! Não faz isso comigo.

— Vai... Vai embora daqui!

— Eu não vou te deixar.

— Sai daqui! Por favor, sai...

— Eu preciso de uma chance...

— Não, Kiko... Eu te dei tudo que podia.

— Não faz isso comigo, linda... — e avançou pra me beijar, mas eu desviei o rosto.

Ele só respirou fundo, ainda chorando muito, levantou do chão, me deu um beijo no cabelo e falou perto do ouvido...

— Nunca duvide do que eu sinto por você, Camila. Nada é mais real que isso.

Pegou a carteira de cima da mesa e foi embora, o que me fez gritar de desespero.

Meu corpo doía inteiro. Uma dor insuportável, insuperável...

Eu corri pro quarto e afundei no colchão, dormindo sem perceber, acho que do tanto que eu chorei.






(COMPLETO) Meu mundo é dela! - A história da Mila e do Kiko...Where stories live. Discover now