ISABELLE

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(música: The Killing Joke - Volturian)

Luzes. Barulho. Grande parte da noite se resume a isso. É algo que, do céu, se parece com um caminho de vagalumes. Mas eu não estou no céu e não gosto de vagalumes. Vendo do chão é um mar de cores borradas. E, sendo sincera, prefiro encarar como um círculo de barulho e flashes, o meu inferno particular.

Me chamam de Isabelle Monther. Prefiro pensar que não consigo lembrar ao certo quando resolvi usar esse sobrenome em um documento falso. Vinte e cinco anos, essa é a minha idade... Ou pelo menos é o que digo para as pessoas. Ou a que um dia já tive. Um mero número.

Trabalho em uma rede de investigação mundial muito poderosa. Os donos dessa rede sabem sobre mim, sobre a minha condição. Eles tentaram, por anos, encontrar a cura, mas nem todas as ciências do mundo conseguiram "me ajudar", digamos assim. Digo "as ciências", pois busquei explicações em pensamentos esquecidos e em medicinas ocultas pelo olhar do mundo.

Durante o dia, trabalho em busca de respostas e de assassinos, juntando peças como em um quebra-cabeça que costuma sempre ser fácil demais. Quando chega a noite... Mato para satisfazer um vazio com uma sensação de diversão, embora alguns pudessem chamar de justiça. A justiça dos homens não se aplica a seres como eu. Assim, escolhi viver a minha torturante imortalidade, ela deixou de ser atrativa há tempos.

Existe uma cura, é isso que sempre digo para mim. Tem que existir uma cura, é preciso. Mesmo depois de tudo, ainda tento entender exatamente o que me tornou "isso", talvez tenha sido uma doença ou um feitiço, tento não pensar em maldições ou karma, mas tem que existir uma saída. E eu vou encontrar a cura, encontrar quem quer que esteja guardando-a.

Mas, enquanto não a encontro, continuo nessa matança durante as noites, principalmente depois de descartar aquela forjada culpa humana. Escondo-me entre as pessoas, seleciono meu alvo com cuidado, escolho a arma certa e... Ataco.

Matando todas essas pessoas e vendo a surpresa dar lugar ao pavor nos seus olhos, provei a mim mesma que qualquer um poderia ser o meu assassino, bastava saber a forma certa de me derrotar.

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Música(s) do capítulo:
- The Killing Joke - Volturian

[Todas as referências estarão nos créditos no fim do livro]

A Última Vampira (2ª ed.) - Coleção A.U.V.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora