CAP. 37 - NOVA ENERGIA

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(música: The Killing Joke - Volturian)

Poucas horas antes...

ISABELLE

Desperto com alguém sacudindo o meu corpo, minha cabeça está atordoada. Ao abrir os olhos, tudo está embaçado, mas identifico o rosto. Nunca erraria. Os olhos sombrios de William me encaram e ele me acerta com um murro, que me faz cuspir sangue. Percebo que essa não é a primeira vez que me atinge.

Quando olho ao redor, vejo que um licantrope está com uma faca no pescoço de Melanie e Luana está transformada, mas tem armas de outros licantropes em sua direção, um deles segura uma espada fina na direção de suas asas. Ambas me olham e a expressão de Melanie é de preocupação.

Só então, sinto minhas mãos acorrentadas para trás, minhas costas estão encostadas em algo que reconheço, uma árvore. Que porra aconteceu? A pancada de outro soco forte de William gira meu rosto para o outro lado, cuspo mais sangue, vejo flashes de luz, sei que há um corte do lado direito do meu maxilar.

— Finalmente vou poder fazer com Isabelle Monther o que todos do meu reino gostariam — até o seu sorriso possui uma dimensão sombria. William emagreceu bastante desde a última vez em que nos vimos, tornando o seu rosto mais anguloso.

Da terceira vez em que William me acerta no rosto, tento me soltar, mas as correntes travam. Tento olhar ao redor e vejo as correntes grossas em um material cinza escuro. Os licantropes riem.

— Elas são feitas de um material resistente à transformação licantrope. Acredite, você não conseguirá quebrar — o príncipe também ri. Até o tom de sua voz me enoja. — O Norte e o Leste não cairão na guerra — afirma com certeza.

— Você não tem como saber — Melanie fala rapidamente.

William faz sinal para um dos licantropes, que se aproxima de Melanie com uma arma de choque e encosta em seu pescoço. Melanie solta um pequeno grito e cai no chão com pequenos espasmos. Sinto o interior do meu corpo tremer de raiva. Imagino todas as possibilidades de morte para William e seus colegas. Sinto que o meu corpo começa a perder o controle quando aquela energia volta, agora em um tom quente, vivaz.

— Você chegou tarde — William anda de um lado para o outro, olhando para seus punhos com o meu sangue. — Emily já está se casando com Felipe. O Norte se unirá com o Leste e a Fterotós não terá chance contra nós.

A energia percorre cada parte do meu corpo e chego a não conseguir descrever o ódio que tenho por esse principezinho estúpido. William tira uma pequena lâmina de seu bolso e se aproxima de Melanie. Ele segura minha irmã pelos cabelos, ela está fraca pelo choque e não consegue se soltar. William começa a descer a lâmina lentamente pelo pescoço de Melanie, cortando sua pele em um fino talho. Tento me soltar outra vez, as correntes prendem os meus pulsos. William leva a lâmina para o braço de minha irmã e começa a cortar com mais força, ela tem novos espasmos de dor e chega a gritar.

— Vou provar que você é um monstro Isabelle — ele me levanta e guarda a lâmina com sangue em seu bolso. — Há quanto tempo você não se alimenta? — esse imbecil tem que estar de brincadeira. Minha cabeça começa a doer e olho o vermelho do sangue de Melanie. — Há quando tempo não bebe sangue direto de um corpo? — minha boca chega a salivar de sede, fecho os olhos e tento me soltar outra vez. — Pensei que já controlasse suas necessidades — ri. — A humanidade que Emily vê em você não existe!

Emily...

— Você deveria estar na guerra, afinal. Seus súditos não têm vergonha de você? — Luana tenta distrair William, mas um dos licantropes atira em seu braço esquerdo. Ela solta um grito e o seu sangue começa a escorrer.

A Última Vampira (2ª ed.) - Coleção A.U.V.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora