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CORRIGIDO E ADAPTADO, graças a deus.

Música 1: You've got a whole life ahead of you baby.  Por favor ouçam, é foda.

Música 2: I'll Be Good, Jaymes Young.

Se acabar a música, toquem pra tocar de novo.

-X-  


Depois que Harry saiu de seu quarto batendo a porta com força, Louis deixou-se cair sobre o teto e a grama macia. Suspirou alto. Não conseguia acreditar que era gay. Mas com certeza era menos cansativo aceitar e se foder com isso do que abraçar a negação para sempre.

Se ele era gay? Sim. Se estava feliz por isso? Não.

Ainda sentia como se estivesse errando desde que nasceu. É como se dissesse para seu antigo eu: "Não quero te perder, mas também não tenho mais força para lutar."

Ele não queria mudar, não queria admitir as coisas para si mesmo. Se sentia uma criança com medo de altura. Não sabia mais o que ele queria ou o que sentia, nem o que ele tinha e muito menos o que ele era.

Decidiu fazer algo que não fazia há anos. Escrever.

Quando não conseguia dormir ou brigava com sua mãe, ele se trancava em seu quarto com o pequeno bloco de notas e um lápis desfiado com a tesoura, por falta de apontador e então, ele escrevia. O ajudava muito. Depois de um tempo ele abandonou esse hábito, não se abrindo nem mais para a mísera folha de papel.

"Está sendo um dia estranho de qualquer forma. Pelos velhos tempos." Ele pensou.

Levantou entrando em seu quarto e fechando sua janela. Olhou para o seu grande guarda roupa branco, com marcas de fita adesiva pelos seus antigos posters. O abriu, visualizando itens antigos.

Ótimo, agora ele se sentia como se tivesse treze novamente. Guarda roupa filho da puta.

Entre várias bolas de futebol murchas e papéis de provas velhas, ele tentou lembrar-se onde guardava seu bloco de notas improvisado. Se abaixou sobre os joelhos olhando para a parte debaixo. Remexeu em algumas roupas velhas, achando o pequeno livro enrolado em um pano marrom.

Pegou-o, vendo que sua mãe não tinha nem se preocupado em mexer em suas coisas, nem ao menos quando o pequeno foi para a faculdade, do outro lado do continente. Ele ainda se iludia.

Repuxou o pano marrom para fora da capa, espalhando uma quantidade de poeira considerável pelo local. Sem delongas, abriu as capas duras do bloco, vendo as páginas já amareladas tomarem conta de sua visão. Alguns esboços e rabiscos sem sentidos estavam na contracapa, quando na primeira folha, já podia ver sua letra desajeitada em algumas frases.

"Eloquência positiva é aquele que persuade com doçura, não com violência, ou seja, como um rei, não como um tirano."

Riu de si mesmo. Ele havia se tornado justamente o que tinha medo de se tornar. Se sua versão mais nova o visse, não sentiria um pingo de orgulho. Vários outros poemas e frases tomavam conta de cada página, mas todos eles incrivelmente positivos.

Estava na hora de mudar isso, não? Pegou o lápis que estava repousado no meio de duas páginas, uma delas em branco.

"É apenas água. É apenas fogo. É apenas paixão. É apenas o abate. Nós somos apenas mentirosos. É apenas sangue. Eles são apenas pensamentos que eu estou tendo; Pensamentos seguros dentro da minha cabeça. Você está apenas chorando. Você está apenas morrendo. Você está apenas vermelho."

Habits Of My HeartOnde as histórias ganham vida. Descobre agora