27 - A visita dos deuses

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Athena tinha os joelhos dobrados, jazia quieta e sentada abaixo dos pés de seu pai, que em seu trono observava os outros deuses se acomodando naquela imensa e esbranquiçada sala. O grande Olimpo havia organizado uma reunião para discutir o destino das atitudes de Hades, mas Zeus mal sabia que dentro de sua própria casa os traídores ocupavam parte de seu coração.

— Mas Athena não selou a alma de Hades há alguns anos? O que uma alma aprisionada pode fazer contra nós? — Ares abriu a discussão colocando seu cálice de vinho sobre o braço de seu trono.

— Uma alma presa nada pode fazer, realmente, mas uma alma que ama é capaz de mover o mundo para ir em busca da pessoa que ama. — Athena argumentou mantendo-se ao pé do  pai.

— É estranho te ver falar de amor, Athena, foi você que ajudou Zeus a prender minha filha numa dimensão em que os deuses não existem. — Démeter parecia ainda nutrir fortes sentimentos pela sobrimha, tão fortes que podia matá-la sem pensar duas vezes.

— Pensei que não gostasse tanto de Hades assim, tia. — Athena também não havia decidido levar os desaforos de ninguém para casa. — Manter Pérsefone presa numa outra dimensão foi a punição que Hades recebeu, eu mesma perdi meus cavaleiros muitas vezes e por causa dele morri em batalhas fúteis por uma perfeição que não existe.

— Você morreu por culpa sua mesmo, não precisa culpar ninguém. — o deboche na voz de Afrodite fez Zeus se remexer em sua cadeira.

O deus dos deuses estava em silêncio, a ausência de Hera e de Pérsefone estavam deixando sua cabeça embaralhada com as próprias decisões, será que era justo para Hades viver sem a mulher que amava por causa da decisão de terceiros? Até onde seu irmão podia ir para ter aquela garota ao lado dele?

— E se fizessêmos uma visita ao santuário? — Ártemis sugeriu. — Saberemos se esses novos hóspedes de Athena são ou não confiáveis com nossos próprios olhos.

De todos, Zeus nunca pensou que logo Ártemis iria segurir algo daquela maneira, mas se a deusa da caça queria ver seus animais de perto para ter certeza de sua qualidade, nada impedia-o de permitir, nem mesmo Athena.

[...]

Os cavaleiros haviam se reunido no grande salão de Athena junto as seus seis novos alunos, suas armaduras reluziam deixando o ambiente sério e cheio de mistério. Por que Athena os convocaria uma semana antes do casamento de Ana e Shaka?

— Cavaleiros, recentemente enviei um convite ao Olimpo, minha aliança com os deuses de lá tem fluído bem e é isso que mantêm a paz em nosso mundo. — Saori discurssava de uma forma adorável, como se quisesse se apresentar para alguém novo. — Convidei alguns deuses para fazer uma visita ao nosso satuário.

Aiolia e Shaka aproveitaram para se olhar, sentiam um pouco de desconfiança nas palavras de Athena, afinal, o que a faria convidar pessoas que nas horas de mais necessidade deram as costas para o santuário.

— Afrodite, Ártemis, Ares, Hermes e Poseidon vieram prestigiar a gente. — a garota de cabelos roxos abriu a cortina para que os deuses púdessem ver a todos. — E cada um dos alunos novos, com exceção da Ly, vai acompnhá-los num passeio pelas terras de Athena aqui.

Os cavaleiros sentiram o peso das palavras de Saori como um tiro, ela havia aberto as portas do santuário para deuses olimpianos a fim de deixá-los ver de perto seus novos amigos, tratavam os novatos como objetos que deviam estar a disposição deles para uma análise pessoa. Athena estava errada ao acreditar que seus cavaleiros compactuavam com aquela decisão, embora não pudessem fazer nada, eles também não seriam culpados por ajudá-la.

[...]

Camus passou os braços ao redor do tronco de Ly e a obrigou a entrar na casa de áquario com a ajuda de Aiolia. A garota havia sido proibida de sair de casa para evitar encontrar com um dos olimpianos que haviam vindo vsitá-los. a ideia de Saori era manter Ly segura de qualquer decisão que Ártemis pudesse tomar, afinal, de todos, ela era a que mais conseguiam manifestar cosmo naquela lugar, qualquer emoção forte podia fazê-la ter a desconfiaça dos deuses.

— Eu não entendo, por que não posso fazer minhas atividades? — a garota perguntou se livrando da posse de ambos os cavaleiros.

— Athena te deu uma ordem, você não pode desobedecê-la! — Camus elevou o tom para tentar fazer a aluna entender, entretanto, a atitude do mais velho despertou na menina um sentimento que ela não sentia há algum tempo: raiva.

— Pois pode ir a Roma chamar o papa, eu não tenho que obedecer ninguém.

[...]

Ana havia ficado responsável por Poseidon, Lucas por Ártemis, Marcus por Ares, Guilherme por Hermes e Bea por Afrodite. Os novatos partiram juntos descendo as escadarias, mas em frente a casa de áries cada um tomou seu destino.

Ana resolveu levar Poseidon até os doze mini templos que haviam numa área afastada, apesar da impaciência do deus dos mares, ela conseguiu explicar a ele que a finalidade daquele local era fazer uma homenagem ao Olimpo.

— Você me parece uma pessoa muito forte, Ana. — o deus disse cessando os passos logo a frente da garota. — Nunca deixe que ninguém diga que você não tem poder.

O deus parecia dizer aquelas palavras como se estivesse olhando para o espelho, Ana parecia, naquele instante, uma referência que o Poseidon usava para falar consigo mesmo.

— E por que diz isso? — a garota questionou curiosa. — Não nos conhecemos bem, você parece me conhecer quando diz essas coisas.
— Eu apenas sinto, tenho certeza que será uma ótima amazona.

Olhos azuis do mais velho se cruzaram com o castanho dos olhos de Ana e a garota sentiu que havia uma conexão entre ambos.

Com Beatriz e Afrodite as coisas pareciam ir mal, a deusa ignorava qualquer sugestão que Bea fazia e além de tudo era completamente distraída a ponto de fazer a garota ter que repetir diversas vezes o que já tinha dito sobre o santuário.

— Você bem que podia prestar um pouco mais de atenção. — Bea reclamou enquanto elas sentavam na escadarias do Coliseu.

— Ah, me desculpas meu bichinho, — a mulher abriu um largo sorriso, que se não fosse pelo adjetivo nada carinhoso, seria encantador. — eu tenho certa dificuldade para prestar ateção nas coisas, nada que você não possa se acostumar no futuro.

— No futuro? — Bea franziu o cenho preocupada. — O que quer dizer?

— Ah, eu pretendo visitar mais vezes o santuário, oras. — a ruiva sorriu novamente dando um breve beijo na testa da mais nova. — E nesse futuro quero que seja você novamente a me recepcionar, só você.

Ao contrário de Afrodite, Ártemis era centrada e contida, tinha seus próprios métodos de abordagem. Estava um pouco incomodada com a presença de Lucas, não imaginava que a burrice de Athena fosse tamanha para deixá-la na companhia de um homem — não que Lucas tivesse chamce contras elas.

— Eu fiquei sabendo que nesse santuário tem um lindo jardim de rosas, posso vê-lo? — a pergunta deixou Lucas quase pirado, o jardim ficava na décima segunda casa e ela só avisa que quer vê-lo quando chegam na primeira?

— Claro que podemos, — o mais novo disse tentando manter a calma. — vamos, ele fica lá em cima.

[...]

Aiolia segurou Ly com as mãos acima da cabeça e a sacudiu sem medo de machucá-la — Você não vai sair dessa casa! Sossega.

— Vocês estão loucos, só pode — enquanto ela se mexia o ouro das manoplas da armadura do leonino machucavam os pulsos da garota. — Está me machucando...

— Aquiete-se e não vai doer. — Camus orientou.

A menina desfez o rosto bravo e deixou seu corpo ser segurado pelo leonino, que com cuidado a fez sentar sobre o trono da casa de áquario, ambos os mais velhos sentiam alívio em saber que ela ia sossegar, mas dentro de seu coração, Ly sentia uma grande angústia.

Seu peito batia rápido deixando-a ansiosa e por algum motivo uma grande vontade de fugir martelava sua mente, como se a voz dentro de sua cabeça ordenasse sua fuga.

— Desculpa... — ela disse entre dentes segurando a própria vontade. — mas eu não consigo.

Seu ato pegou os cavaleiros desprevinidos e quando eles se deram conta a menina já estava do lado de fora da casa.

— Lucas, quem é aquela menina?









Enlouquecendo seus Ídolos - O Começo (Cavaleiros Do Zodíaco) Where stories live. Discover now