17 - Festa do Afrodite PT2

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Ly saiu do campo de visão de todos e para a sua glória, não foi seguida por ninguém, seus passos rápidos levaram até o lado de fora da casa, onde deu de cara com Saga e Saori. Os três se olharam e logo a deusa fez uma reverência com a cabeça e adentrou a casa, Ly teve certeza que não teria boas notícias.

— Nervosa? — o Grande Mestre perguntou, parecia não querer nada, mas algo dentro na garota a fez desconfiar.

— Um pouco, — respondeu sincera. — você também estaria se tivesse passado pelo mesmo.

— Sabe, — Saga ganhou proximidade o suficiente para encará-la de perto. — eu fui responsável pelo sofrimento de Athena uma vez, não quero repetir esse erro. — a mão do geminiano foi ao rosto da mais nova, Ly não sentiu medo, muito pelo contrário. — Se for necessário te eliminar, não pensarei duas vezes.

— Não sei se você mesmo tem certeza do que fala. — a garota desafiou, os dedos ágeis agarraram a palma da mão do geminiano e ele pôde sentir que ela era ousada o suficiente para tomar decisões difíceis no futuro. — Você está com medo, Saga.

— Esse não é um sentimento novo para a humanidade, pequena garota, nós cavaleiros estamos acostumados a lidar com o medo todos os dias. — ele de certa forma tinha razão, o medo não poderia pará-los. — Cuidado com suas decisões.

Após a última frase o geminiano soltou a mão da mais nova com cuidado e adentrou a casa, deixando Ly com seus próprios pensamentos. A virginiana levou os olhos até o céu estrelado daquela noite e pôde ter certeza que uma grande força crescia dentro de si.

[...]

Ana se levantou para pegar uma nova bebida, sabia que Ly saberia se virar e mais do que nunca, precisava de um tempo sozinha. Milo notou que sua presa estava fora do cercado e quis agir, se aproximou de onde a garota pegava a bebida e com um pouco de cordialidade a cumprimentou:

— Olá, Ana… — a voz do escorpiano soou aconchegante. — Como vai?

— Bem e você? — a virginiana respondeu com a mesma cordialidade.

— Estou bem, — ele abriu um sorriso sem vergonha. — Que tal nos conhecermos melhor?

— Como assim, Milo, já nos conhecemos o suficiente. — Ana tinha um senso aguçado para furadas.

— Mas podemos nos conhecer mais intimamente. — o azulado riu baixinho e bebericou a bebida que levava consigo. Ana enrugou a testa tentando entender o que ele dizia com aquilo.

— Ele está te assustando? — Máscara da Morte surgiu repentinamente, ele tinha notado que Ana não parecia confortável com aquela conversa.

— Qual a sua hein, Mdm? — Milo revidou irritado. — Não estou te atrapalhando em nada, já você…

— Meninos! — Ana brandiu procurando parecer calma. — Relaxem, já te conheço o suficiente, Milo, e muito obrigada Mdm!

A mais nova fez menção em sair, mas o oitavo santo foi mais rápido e a segurou pela mão.

— Espera, não leva a sério esse imbecil, eu só queria te chamar pra sei la, sair? — o escorpiano continuava a sorrir de forma descarada.

— Não estou com vontade, Milo! — a paciência da morena estava por um fio. — Se eu quisesse sair com você eu te procurava.

— Satisfeito, Milo ? — Máscara da Morte riu, ele admitia que Ana era uma mulher forte o suficiente para não precisar de proteção, isso lembrava da falecida Helena.

Shaka olhava a cena de longe tentando não parecer incomodado, mas alguma coisa o fazia sentir uma palpitação diferente no coração, como se importasse mais do que deveria. O virginiano se levantou com cuidado e agarrou a mão de Ana puxando-a para si, em seguida ambos tomaram distância da confusão e se sentaram.

— O que foi aquilo? — o loiro questionou afoito.

— Milo tentando sair comigo. — o mais velho levantou uma sobrancelha tentando não se irritar. — O Máscara da Morte tentou me ajudar…

— Isso não importa, não quero que o Milo tenha esse tipo de intimidade com você! — Shaka brandiu irritado. Ana abriu um sorriso e abraçou-o sem pudor. Saga, que olhava a uma certa distância, estranhou a proximidade de ambos. A tarefa do Grande Mestre seria muito difícil dessa vez.

[…]

— Acho que todo mundo tirou o dia para brigar. — Beatriz esmoreceu sobre a mesa. 

— Não pense assim, estou muito animado para brigar. — Afrodite abriu um sorriso contagiante, só ele sabia o quão havia simpatizado com a garota. — Acho que já sei do que esta festa precisa! — levantou-se determinado.

Beatriz riu da atitude do cavaleiro. Era tão bom saber que não eram como ela imaginava, eram como humanos normais, cheios de sentimentos e atitudes naturais.

Ambos atravessaram a casa e encontraram Milo e Guilherme num canto, eles discutiam baixinho sobre alguma coisa e quando notaram a precisa de Bea e Afrodite ficaram em silêncio.

— Gui, será que você pode usar um dos meus instrumentos igual aquele jantar da Saori? — o pisciano perguntou enérgico.

— Posso, mas eu não canto e a Ly saiu sabe-se lá pra onde. — o menino revirou os olhos enquanto falava da amiga.

— Não se preocupe com isso, — Bea e Afrodite se olharam sorrindo. — nós vamos resolver.

Guilherme topou com facilidade, restava agora saber se Ly teria a mesma disposição. Enquanto o menino ia afinando uma guitarra antiga, a dupla procurava pela virginiana barraqueira.

[…]

Marcus e Lucas se acostumaram com a solidão, visto que Shaka e Ana também sumiram, apenas bebiam e comiam o que estava sendo servido.

— O santuário nunca foi tão agitado. — Camus comentou. — Os cavaleiros de bronze iriam adorar estar por aqui.

— É verdade, — Marcus concordou acenando com a cabeça. — e onde eles estão agora?

— No japão, Athena os deixou lá para que pudesse focar nas coisas no santuário. — era óbvio que com a presença dos cavaleiros de bronze no santuário as coisas seriam mais difíceis, afinal, eles não estavam acostumados a seguir regras.

— Então Athena continua com a mesma ideia de antes da guerra contra Hades? — Lucas questionou, Camus pensou em dizer que sim, mas mentalmente se perguntou como Lucas sabia da guerra.

— E como você sabe dessa guerra santa? — o aquariano perguntou curioso.

— É uma coisa difícil de explicar… — a expressão de Lucas mudou para a preocupação. Como ia dizer que no mundo real todos os cavaleiros eram apenas uma animação?

Enlouquecendo seus Ídolos - O Começo (Cavaleiros Do Zodíaco) Where stories live. Discover now