3 - Chegada ao santuário Pt1

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Dormir talvez não fosse a resposta, estava longe disso. Ly ficou tentando remoer o que havia dito a todos, não sabia se tinha se expressado direito ou se estava se enganando também, mas para ela era impossível que tivesse congelado aquela xícara. Ana estava na mesma, levou muito tempo até que conseguisse finalmente adormecer, seus pensamentos estavam tomados pela incredulidade do ocorrido, não gostava do síndico, mas ela mesma se considerava alguém muito equilibrada para bater em alguém.

A noite caiu e com ela o sono de todos se fez mais forte, até mesmo Ly, que estava frente ao computador pesquisando algumas coisas acabou dormindo ali mesmo, eles tinham passado muito tempo acordados e mereciam, além de precisar, um bom descanso.

[…]

O despertador não havia tocado, mas a advogada já sentia a luz do sol tocar seu rosto, será que havia deixado a cortina aberta desta vez ou Guilherme ou Ly estavam aprontando alguma? Suspirou ainda de olhos fechados e forçou o tronco obrigando seu corpo a se sentar sobre a cama, mas notou que esta estava mais dura que o normal, parecia que estava sentada sobre uma pedra. Abriu os olhos e viu colunas de mármore branco, piscou cinco vezes, estava sonhando? Ela passou os olhos pelo local e tudo que conseguia era ver o mármore rústico e colunas bem trabalhadas, sentou-se sobre onde estava e notou que era uma cama totalmente de pedra, nunca havia sonhado com algo tão diferente assim.

— Finalmente acordou. — ouviu uma voz familiar e rapidamente se colocou de pé. A sua frente estava um homem de longos cabelos loiros e uma franja sobre os olhos que permaneciam fechados. A virginiana quis se sentar novamente, suas pernas ficaram bambas e a respiração dificultosa. — Pode me dizer quem é você e como atravessou cinco casas zodiacais portando um nível tão baixo de cosmo?

— Eu sou a Ana. — talvez se apresentar fosse poupar a surra que levaria. — Não sei como atravessei as casas, eu só lembro de ter ido dormir. — estava tentando decidir se corria pro abraço ou se permanecia ali como uma estátua, era só um sonho, o que podia dar errado?

— Eu sou Shaka de virgem. — ela sabia bem disso, e como sabia. — E para prosseguir terá que me enfrentar. — o cavaleiro se sentou na posição de lótus sobre o mármore frio e Ana sentiu um pequeno desespero preencher seu coração.

— Olha, Shaka, eu adoro você, sabe? — talvez se fosse o Milo ou Afrodite essa abordagem fosse dar certo, mas com o loiro, somente a verdade. — Eu juro que não sei como vim parar aqui, mas se você quiser eu vou embora, não precisa me atacar.

O loiro estava mantendo a calma, apesar das palavras que tinha dito, ele sabia que ela falava a verdade, só queria tirar da mente dela a ideia de que tudo aquilo era um sonho, pois não era, um destino estava começando no santuário de Athena e o cavaleiro de virgem iria acompanhá-lo de perto, além do mais, admitia internamente que Ana era uma mulher muito bonita, não pretendia machucá-la de maneira nenhuma.

— Acompanhe-me, vou levá-la até a senhorita Athena. — um imenso sorriso se abriu no rosto da garota, antes conversar com a Saori do que levar um tesouro do céu na cara.

Guilherme sentiu o sol acabando com o resto de sono que tinha nele, rolou o corpo e deu de cara com uma parede tão gelada quanto a xícara de mais cedo, suspirou, tinha dormido no chão? Levantou o corpo e sentiu as costas doerem forte, quando mudou a direção do olhar pôde notar que estava sentado sobre um degrau de escada, ao seu redor era só o que tinha, escadas. Levantou imediatamente e viu um imenso templo da arquitetura grega, grandes pilares e um teto em forma de triângulo, seus olhos abriram em surpresa quando notou uma imensa pedra com duas figuras idênticas e uma estava de costas para a outra, olhou para o teto da casa e viu a escritura: Gemini.

— Casa de gêmeos? — se perguntou, podia ter sido na casa de escorpião de uma vez ne, imagina ter que subir quilômetros e mais quilômetros de escadaria. — SAGAAAA! — gritou, quem sabe se encontrasse com o geminiano não fosse se perder dentro do labirinto da casa.

— Que gritaria é essa aqui?  — o geminiano mais novo saiu para fora da casa em passos rápidos. — Quem é você?

— Saga! — ele viu o mais velho revirar os olhos.

— Eu não sou o Saga, sou o Kanon, não me confunda. — explicou, queria que o Saga explodisse bem longe daqui. — E quem é você?

— Eu sou o Gui! Sou seu fã. — uma imensa interrogação se formou na cabeça do geminiano.

— Fã é? — um suspiro saltou dele, quem dera ele tivesse feito algo para ter fãs. — Não sei como você chegou aqui, mas irei te levar logo pra pirralha lá em cima antes que a culpa de tudo acabe caindo em cima de mim. — ele tinha razão, agora que Saga havia se tornado Grande Mestre, ele devia andar na linha, o irmão não pensaria duas vezes antes de dar um fim no mais novo. E aquele garoto parecia estar ao menos perdido, não possuía cosmo e não parecia estar disposto a fazer nada de errado.

Apesar de tranquilo, Gui ainda se perguntava se estava fazendo a coisa certa. Havia acordado na terceira casa do zodíaco, mas sempre sonhou com a oitava, fora que ao chamar Saga lhe veio o Kanon, e ainda seria levado para a Saori, esse com toda certeza era o sonho mais estranho que já tinha tido.

Lucas abriu as orbes negras quando começou a escutar vozes femininas o chamando, em seguida foi balançado sem muito carinho, parecia que tinha dormido no chão e ainda o acordavam dessa forma. Ele se levantou e respirou fundo levantando os braços para cima espantando a preguiça. Bocejou como de costume e olhou para frente com um olho aberto e outro fechado.

— Finalmente! — o outro olho do virginiano se abriu, contemplou os cabelos azul celeste da figura a sua frente. — Achei que tinha morrido dormindo, poupava-me o trabalho!

— Afrodite?

Enlouquecendo seus Ídolos - O Começo (Cavaleiros Do Zodíaco) Where stories live. Discover now