Chegada Turbulenta

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A viagem para o Alasca estava sendo divertida, sem mencionar na bagunça. Eu ouvia toda hora a diretora gritar com alguém. "Jason pare de subir nas poltronas!" "Ei Josh! Isso não é bebida destilada, é? Se você beber isso estará encrencado!" Os professores tentavam ajudar a controlar os adolescentes, mas os esforços deles não valia nada contra os hormônios da puberdade.

Eu estava quieta, mais que o habitual, menti aos meus amigos que estava com enxaqueca, então eles me deixaram já que Casper estava ao meu lado confortando minha "enxaqueca". Suzana e Adam estavam sentados atrás de nós conversando. Os lobos estavam sentados nas últimas poltronas do avião e estavam quase desconfortáveis por estarem perto de pessoas desconhecidas, a diretora não se importou quando Diggory disse que eles viriam conosco, imagino, como alguém poderia? Vampiros sabiam ser bem persuasivos quando queriam. Eu segurava meu pingente de rubi, olhando a foto que eu e Casper havíamos tirado para colocar especialmente ali. Ele saia estranho nas fotos, não o tipo "estranho-feio-desengonçado", seu sorriso e rosto perfeito me lembrava modelos da Kelvin Klain. Era sua imagem que havia algo peculiar. Ele ficava ofuscante, percebia-se suas feições, mas era como ver um fantasma.

Isso acontecia por ele não ter reflexo nos espelhos. Casper só podia se ver em retratos, e ainda assim eu achava que ele nem precisava de espelho. Mesmo estando com roupas rasgadas, cabelo bagunçado e lama na cara, tenho certeza que Casper ainda continuaria lindo.

Eu perguntei o porque ele não refletir no espelho e ele me disse que havia uma lenda do povo antigo sobre terem medo de que suas almas ficassem presas dentro de um espelho. Vampiros não refletiam, porque não tinham alma. Fiquei triste quando ele disse isso, e então eu havia perguntado: "Casper, se você diz não ter alma, então que tipo de ser você seria?"

"Um demônio talvez, um que vaga arrependido de existir, mas que tem esperança em se redimir um dia."

"Não acredito." Eu havia dito.

"No que? Na minha remissão?" Ele perguntou.

"Não, que você seja um demônio." Eu tinha certeza que Casper não era um demônio. Ele era bom. Mas se martirizava, ele não conseguia se perdoar pelo o que fez no passado.

Quando descemos do avião estava bem frio por causa do clima montanhoso do Alasca. O aeroporto era em uma pequena cidade perto do pico Mckinley. Nós precisávamos ir para Juneau, o que não seria difícil, afinal despistar humanos era como mamão com açúcar para os vampiros. Eles haviam usado persuasão praticamente em todos dentro do avião, para que acreditassem em nossa presença na excursão, só notariam nossa falta quando estivessem novamente em Essex.

Logo após sairmos do aeroporto, arranjamos carros. Os lobos não queriam dividir o mesmo carro com os vampiros. Nós íamos na frente seguidos pelos dois lobos.

O tempo todo tanto os vamps quanto os lobos pareciam meus guarda-costas. Quando questionei Casper sobre isso, ele dissera que era essencial pois aqui havia muitos perigos e não se referia aos animais.

Adam dirigia o carro e ele era muito rápido e já que não se cansava, certamente chegaríamos logo em nosso destino. Já era tarde e eu estava quase pegando no sono, minha cabeça pendia para os lados até eu perceber que o peito de Casper poderia ser um perfeito travesseiro.

- Casper tem algo errado. - Adam falou alto o que me sobressaltou. - Onde está o carro dos lobos?

Casper olhou para trás, eu também, não havia nada na estrada atrás de nós. Apenas a escuridão da noite.

- Mas o que... - Casper disse, pela primeira vez vi confusão em seu rosto.

- Eles estavam o tempo todo dirigindo atrás de nós, estavam a pouco tempo e agora... Sumiram. - Disse Adam incomodado.

Blood and Moon - A PredestinadaWhere stories live. Discover now