Paixão X Regras

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- Obrigado Suzana.

- Não foi nada, agora vou indo Adam deve estar entediado, o deixei sozinho na festa. – Ela falou soltando um risinho.

Então ela se foi deixando apenas poeira atrás de si. Meu queixo caiu.

- Puxa ela é mesmo muito rápida. – Falei.

- Sim, talvez ela seja rápida assim por causa de sua vida humana. O único instinto que ela tinha era correr e fugir.

- Porque? – Perguntei.

- Digamos que sua vida humana foi triste. Suzana presenciou e viveu a Segunda Guerra Mundial. Ela morou em um gueto e por pouco não morreu em um campo de concentração. Filha de uma judia com um alemão, moravam na Polônia quando foram pegos pelos nazistas. – Casper falou com pesar.

- Nossa eu não fazia ideia. Sei que é idiota o que vou dizer, mas não consigo parar de pensar em vocês como enciclopédias vivas da história do mundo. Seria muito mais fácil bater um papo com vocês do que passar metade de sua vida estudando artefatos e arquivos históricos. – Era incrível, imagine você ter testemunhas que ajudaram a construir a muralha da China! O que não deixava de ser triste, se você for parar para pensar o tanto que essas pessoas sofreram para estar aqui, como por exemplo perder sua alma.

- É, com certeza cada um de nós já viu muito durante todo esse tempo e temos muito material para contar, mas pense bem Elli, nem todos contariam a verdade, inventariam e mentiriam somente para rir da cara da humanidade. Sinceramente, não seria nem um pouco prudente confiar em vampiros. – Ele disse a última frase sério até de mais.

- Entendo. Quer dizer que, eu não devo confiar em você, senhor Auduwen? – Perguntei a ele sorrindo sarcasticamente.

- Exatamente, senhorita Glandier. – Casper falou espelhando o mesmo sorriso de meu rosto.

Casper estava agora com uma expressão tão sexy que meu coração tamborilou no meu peito. Certo, hora de manter o foco em alguma outra coisa.

Desviei meu olhar para as estrelas.

- Deve ter sido difícil para Suzana, passar seus últimos momentos humanos fugindo da morte.

- Sim, pelo o que ela conta, não foi nenhum pouco fácil, e mais difícil ainda, foi sua transformação. Em meio ao caos da guerra, manter o controle é menor dos problemas comparado ao resto.

Eu não pensara nisso, na verdade nunca imaginei como seria se algum vampiro o transformasse em épocas difíceis, como em uma guerra. Como ela conseguiu? Sem dúvida Suzana possuía força interior.

Ficamos mais um pouco lá e então Casper perguntou se eu queria ir embora e eu disse que sim. Enquanto eu me deslocava pelo ginásio até a saída, enxerguei o que parecia ser minha prima com um garoto, na verdade ela estava bem agarrada nele, o beijando como se sua vida dependesse disso. Credo. Era quase pornográfico. Nós passamos pelos dois em direção ao estacionamento e fingi não estar pasmada pela cena daqueles dois.

Quando chegamos no estacionamento estava frio, eu me arrepiei e então Casper tirou seu paletó e colocou sobre mim.

- Obrigada. – Eu falei.

Ele me dirigiu um sorriso.

Quando chegamos na frente de minha casa Casper parou o carro.

- Então essa é a parte em que eu desso do carro e você me deixa, não é? – Eu disse com pesar fingido.

- Há, eu nunca vou te deixar, a noite é perigosa. Por isso irei em casa deixar o carro e voltar para te proteger. – Casper deu aquele sorriso de canto no qual me derreti inteiramente.

Blood and Moon - A PredestinadaOnde histórias criam vida. Descubra agora