O Acidente

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Eu o procuraria se desse tempo. Então minha tia veio falar comigo se eu gostaria de substituir uma funcionária dela na mercearia que ela possuía ainda naquele dia, ela iria me pagar pelo dia, me falou que se tudo desse certo talvez eu poderia ficar até com a vaga do emprego. Eu não poderia desapontá-la então, avisei rapidamente minha mãe pelo celular, ela gostou da ideia de eu possuir minha própria renda. Tia Sarah me emprestou sua picape e falou que levaria o carro de minha mãe para casa.

Quando cheguei no local, botei o avental quase que imediatamente, fiz um coque no cabelo e comecei a varrer o chão depois virei a placa da porta para "aberto". Eu já havia cuidado de uma loja que uma vez meu ex (sem noção) padastro comprara.

Fui até o balcão sentei na cadeira e comecei a ler uma revista enquanto não tinha freguesia.

Então ouvi a porta abrir. Meus olhos percorreram o pequeno corredor das estantes com mercadorias para enxergar o cliente que havia chegado. Era o rapaz que cortara a mão na garrafa, no dia que eu comprei o vestido pro baile.

O rapaz pegou dois iogurtes de um litro, três sacos tamanho família de batatas frita e duas barras de chocolate. Ele se aproximou do balcão e pôs tudo em cima. Seu cabelo era de um loiro escuro e baixo. O corte da mão se resumia em uma pequena cicatriz. Olhei para cicatriz feito uma tapada, ela teria demorado no mínimo três dias para curar.

- Oi. - Falou.

- Oi.

- Você é daqui? - Perguntou.

- Sim. - Respondi olhando para as compras, sei que era grosseria e que eu parecia até um bicho do mato, mas havia algo nele que não me era convidativo.

Mas que bobagem ia deixar de ser simpática com ele por causa de um sexto sentido bobo?

Então resolvi erguer meus olhos até encontrar os dele e deparei com olhos verdes claros e generosos. Ele sorria.

Sim, ele realmente era um gostoso pedaço de mau caminho.

- Qual é o seu nome? - Ele perguntou.

- É Elizabeth, mas todos me chamam de Elli. - A não ser minha mãe que adora me chamar de Elisa. Mas essa parte eu não quis contar a ele, se não ele pensaria que eu sou uma doente mental. - E o seu? - Continuei.

Ele deu mais um sorriso radiante e disse:

- Kaleb.

- Prazer Kaleb. - Falei.

- O prazer é meu cativante Elli. - Ele disse me disse com a voz charmosa. Seu olhar não perdia o brilho divertido.

Uau! Com essa senti os pelos da minha nuca arrepiar.

- Er... Então deu dez dólares. - Eu sempre tenho que cortar os outros...

- Claro, claro. Obrigado pelo corte.

Fiquei sem reação.

- Estou brincando. Posso te fazer uma pergunta?

- Pode.

- Porque uma garota como você consegue andar com eles?

- Eles? Eles quem? Meus amigos?

- Não, aqueles que não habitam a luz. - Ele disse sério de repente.

- Eu não ando com ninguém assim. - Respondi automaticamente, havia entendido o que ele dissera. Os Auduwen.

- Mas é claro que não anda. Cuidado com suas companhias. A gente se vê por ai. - Disse ele voltando a sorrir.

- Ta. - Foi o que consegui responder.

Ele saiu e piscou pra mim.

"Ele sabe! Céus quem é ele? Como sabe de tudo isso?"

Blood and Moon - A PredestinadaDonde viven las historias. Descúbrelo ahora