Preâmbulo

98 7 0
                                    

 

            Comecei a escrever esse romance quando estava gestando a Raquel. Em fins de 2011. Num gás de inspiração escrevi quase 50 páginas num período curto, talvez de uma semana.

            Aconteciam-me coisas naqueles dias que, embora a inspiração continuasse, me fizeram parar de escrever. Prefiro contá-las em outra ocasião.

            Agora a Raquel já nasceu, a Sarah está na escola, e eu com a velha inspiração a ponto de ferver, senti que já poderia voltar para ele, com todas as ideias que tem perambulado por minha mente.

            Como ainda estou escrevendo não há muito que dizer nesse preâmbulo sobre sua constituição. Então, vejamos, talvez, eu escreva uma “nota final” quando concluí-lo.

            O que de mais importante tenho para dizer a respeito dele é que se desenlaçará mais um amor bem ao estilho folhetim, que tanto me encanta, Amélia e Fabrício que, atualmente lutam por um lugar no meu coração de escritora e, espero, carregará em si minhas indagações e conclusões (talvez nem as haja definitivas) a respeito do livre arbítrio e da predestinação. Meu amor por história e a admiração que tenho pelo estado em que nasci. Em especial, a Serra da Graciosa, que conheci quando tinha 17 anos, era noiva e minha família havia mandado fazer meu vestido aqui em São José dos Pinhais. Eu, que morava em São José dos Campos, vim para a primeira prova e, entre eles, outra vez, fui povoada com aquelas histórias de passado, de escravos, de um tempo remoto em que os modos eram tão diversos, mas as esperanças de sentimentos, os mesmos.

Ainda me lembro bem daquele julho. Acho quer era julho. Ouvíamos uma bela música clássica em nosso carro, fazia tanto frio, e começamos a descer a serra. A camada de gelo grossa estava sobre a relva. Lembro-me que paramos para ver isso. O sol começava a brilhar toda a natureza com seu espetacular dourado. E eu ouvia se dizer: “Toda essa rodovia, pedra por pedra, foi construída por escravos. Muitos morreram nesse serviço.”

A linda, estreita e serpenteante rodovia, estendia-se à minha frente, contornando a serra do mar, que ruma a Paranaguá, e eu pensava, naquele ano de 2003, nas histórias que haviam acontecido ali. E só consegui parar de imaginar, por um pouco, quando, mais tarde, em Morretes, comi em algum restaurante que não me lembro, um delicioso barreado, ouvindo também a história de sua tradição.

E sempre imaginei um lindo casarão a se erguer da terra, em meio aquela verdura pura da mata atlântica, cheia de histórias vividas, de romances e aventuras.

            Por enquanto é só o que tenho a dizer!

Aline Negosseki Teixeira, 08.08.2012

Graciosa [Em Andamento♡]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora