Capítulo 17* A Caçada da Leoa Indomável: Gosto de Sangue

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Bóris gargalhou, batendo palmas.

– Ah, minha doce, doce e amada Solina! – cantarolou ele, animado. – Aqui estamos nós dois novamente! Como esperei por esse momento!

Ele se aproximou alguns passos, com ansiedade.

– Desejei tanto nosso encontro que me recuso a te enfrentar armado. – ele jogou sua pistola no chão e a chutou para longe. Seus olhos encontraram-se novamente com o cinza tempestivo dos dela e então ele abriu os braços num gesto nobre. – Venha, minha amada! Mostre-me sua tão temida fúria. Eu estou pronto.

O sorrisinho infame dele serviu para desencadear a fúria em massa de Cherry, pois a garota soltou um rosnado do fundo da garganta e avançou contra o maldito magnata.

Ela se chocou contra ele, afundando as unhas nos ombros musculosos como uma leoa, sentindo-as afundar contra a camisa e penetrar a carne pútrida. Bóris soltou um pequeno gemido de dor e se permitiu deleitar com aquele confronto. Puxou os cabelos longos e macios com brusquidão, forçando-a encarar seu rosto.

Cherry lhe deu uma cabeçada e o chutou, afundando o salto da bota na ferida em sua coxa.

Bóris não pôde deixar de uivar de dor, tremendo o corpo todo e rangendo os dentes.

Cherry se aproximou com elegância, alisando os cabelos dele com suavidade antes de puxá-los com força da mesma forma que fizera com ela, forçando-o a encará-la.

– Bem vindo ao inferno, búlgaro. – ela disse e o socou no rosto, com força.

Bóris tombou, beijando o chão.

A garota gargalhou, certificando-se em pisar em seu corpo insolente enquanto andava pela sala, observando a decoração sofisticada. Caminhou até o bar destruído, esmagando o vidro das garrafas estilhaçadas com a sola da bota pesada. Seus dedos acompanharam o balcão de mezanino, encontrando um pequeno bastão de sinuca. Ela o apanhou nas mãos, analisando-o com atenção.

Um sorriso se formou em seus lábios.

Voltou a caminhar pela sala, esbanjando sensualidade em seus passos leoninos. Aquela Lingerie com que a vestiram quando havia chegado lhe caíra muito bem. Ela sempre gostara de vermelho. Parecia um demônio vingador.

Seu olhar endureceu quando fitou o búlgaro retorcendo-se no chão de mármore.

– Diga-me, seu porco, encostou em Willa?

Bóris riu, fazendo força para se virar de barriga para cima.

– Sim. –ele lambeu os lábios com malícia. – Fiz com ela tudo o que tinha direito! Queimei-a por dentro com minha luxúria desenfreada.

Cherry o encarou em silêncio, absorvendo o gosto amargo que se infiltrou em sua boca.

– Se isso for verdade, vou guardar a melhor parte para ela.

A assassina se aproximou do maldito, agarrando-o pelo colarinho da camisa e aproximando o rosto dele do seu, congelando-o com seu olhar sombrio.

– Eu esperei demais por esse momento, búlgaro. Tanto que quase posso vibrar de satisfação. Seria inconcebível dividir essa vingança com alguém. No entanto, se tocou num só fio do cabelo dela é meu dever dividir sua carcaça.

– Tome tudo o que quiser! Eu sou inteiramente seu, minha adorada.

– Você não está levando isso a sério, está? – Cherry se irritou. – Acha que de alguma forma vai escapar de minhas garras novamente. Mantém a doce ilusão de que me enganará de novo.

A Leoa RubraWhere stories live. Discover now