Capítulo 6* A Dama do Deserto Escarlate

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 Fudeu!

Esse foi o primeiro pensamento de Cherry ao ver a mercenária puxar a espada.

Começou a recuar, incerta. Não tinha ideia do que aquela louca iria fazer! Iniciar uma luta no meio da rua?

Porra! Não era como se ela tivesse uma espada também, para revidar os golpes daquela lâmina afiada e reluzente. Só carregava a Sig Sauer... Que à propósito, apontou diretamente para a estranha.

A mercenária seguiu seus movimentos com os olhos, os lábios curvando-se num sorriso debochado.

 - Pretende lutar com isso?

 - Se houver uma luta... – Cherry sorriu com seu charme de predadora. Não se deixaria abalar diante de uma oponente como aquela.

A mercenária avançou, dando giros habilidosos e cortando o ar com sua espada longa. Cherry recuou como pôde, livrando-se dos primeiros golpes sem muita dificuldade. Apertou o gatilho da Sig Sauer, mandando uma chuva de balas à qual a mercenária soube evitar com a lâmina afiada. As balas se cravaram na parede de um armazém qualquer.

Cherry jogou a pistola no chão e virou um mortal, atingindo a mercenária no rosto. Ambas cambalearam. A mulher sinistra sorriu como uma louca e atingiu um golpe certeiro no ombro da outra, fazendo-a se estatelar no asfalto.

Cherry se levantou com maestria e encarou sua oponente mais uma vez.

Ah, aquilo começava a ficar divertido!

Sem armas, a mafiosa escandinava usou o que aprendeu em treinamento com o tio. Luta mano a mano. Com os punhos cerrados investiu contra a outra mulher, dando socos e golpes ferozes. Mas aquilo não parecia adiantar nada! A mercenária se defendia com habilidade e conseguia devolver as porradas.

Uma delas atingiu Cherry no nariz, fazendo-o sangrar.

Ela recuou um passo, esfregando o sangue com a mão. Seu olhar foi mortal.

Ok. Agora não tinha mais graça! A cretina havia arrancado sangue dela!

Filha da puta.

Cherry avançou com mais força desta vez, passando uma rasteira na mulher e arrancando a espada brilhante de suas mãos. Foi atingida novamente, desta vez com um chute no quadril.

Cherry se afastou, vacilando. O chute pegou bem em sua ferida – que ainda estava fechando sem o auxílio de pontos! A dor foi aguda e quase a fez praguejar, mas soube guardar as emoções e se concentrar na luta. Teria tempo para se lamentar depois.

A mercenária sorriu, apanhando sua espada do chão. Ela a avaliou, pensativa. Então decidiu por vez descarta-la, depositando com cuidado na calçada. Seus olhos fitaram a mafiosa curvada, curiosos.

Cherry rosnou, partindo para a briga novamente. Elas rolaram no chão, ralando-se no asfalto ao mesmo tempo em que trocavam chutes, porradas e arranhões. A mercenária conseguiu puxar um chumaço de cabelos loiros enquanto Cherry afundava as unhas no pescoço dela.

Ela empurrou a outra, livrando-se do peso desnecessário e engatinhando até o outro lado da rua.

Ah, mas Cherry não iria facilitar! Agarrou a mulher pelos cabelos e a jogou de volta no chão, surrando-a.

A mercenária se defendeu com um soco e conseguiu pegar a espada de volta, erguendo-se do chão e apontando a lâmina para a oponente vencida. Seu sorriso era presunçoso.

 - Então... – começou, fitando a outra. – O que uma franguinha como você quer comigo?

Cherry a mirou com ódio.

A Leoa RubraWhere stories live. Discover now