Capítulo 16* A Caçada da leoa Indomável

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O Bentley estacionou a alguns metros da propriedade privada, dando uma freada barulhenta. O ronco do motor silenciou com um pequeno rugido elegante, dando lugar ao silêncio sombrio.

Uksville estava deserto. Como um condomínio abandonado há séculos, exceto pela limpeza impecável dos arbustos e estradas. As mansões ficavam afastadas umas das outras por alguns quilômetros de distância, escondidas por entre os pinheiros, carvalhos e cerejeiras. Os moradores podiam usufruir tranquilamente sua privacidade dentro daqueles portões pesados de ferro antigo.

Um pequeno paraíso sofisticado.

Meera foi a primeira a sair do Bentley, a bota de combate esmagando o cascalho frágil sob seus pés. King a seguiu, como os demais. Sander e Halle travaram as portas do Mustang e se juntaram ao grupo em silêncio.

A mercenária parou no meio da estradinha vazia, apanhando um binóculo em seu coldre e fitou o alto do morro, ajustando a lente poderosa sobre seus olhos. Lá estava a mansão fortificada dos Petrov: Linda e Intocável. Bem no alto do morro, cercada de muros altos e fortes, rodeada de seguranças armados e impecavelmente vigiada pelas centenas de câmeras espalhadas em seu jardim adorável. Uma fortaleza impenetrável.

Meera deu um sorrisinho de canto de boca, maliciosa.

 - Você parece otimista. — Halle disse, aproximando-se para checar o perímetro.

 - Contei dezenove seguranças próximos ao portão. Devem ter mais escondidos e dentro da casa. — ela observou, focada nas informações que podia coletar.

 - Estaremos preparados para eles. — disse Klaus, destravando a Desert Eagle.

 - Assim é que eu gosto. — Meera sorriu.

Ela apanhou uma mala preta no porta-malas do carro e ajustou sua espada no coldre peitoral.

Um raio cruzou os domínios do céu e a fina garoa se intensificou, beirando a tempestade.

 - Vamos acabar com isso. — Meera deu uma piscadinha. — É hora da diversão!

Fridda tirou o casaco de couro que usava, destravou a garrucha e seguiu a mercenária, juntamente como os outros. O condomínio deserto agora estava povoado, sendo invadido pelos leões selvagens e sua fome abrasadora.

O morro era um tanto inclinado, mas o grupo não encontrou qualquer dificuldade em subi-lo. O vento forte açoitava o rosto de quem ousava enfrenta-lo, fazendo voar os cabelos numa fúria sensual enquanto as gotas selvagens da chuva tocavam os rostos numa carícia provocante.

Eles pararam tão logo os portões de ferro surgiram à sua vista. Ocultos nas sombras dos pinheiros, estavam atentos aos sutis movimentos dos capangas lá dentro. Meera fez um sinal para que ficassem onde estavam, quietos, enquanto ela cuidava de um importante detalhe. Fuçou a mala que trouxera e retirou seis cargas de explosivos.

Imperceptível, a Mercenária deslizou pelas sombras até o muro alto e cinzento, e encaixou, um por um, os explosivos nas partes bifurcadas. Habilidosa, ela os armou em apenas alguns segundos e se afastou, voltando para junto do pessoal.

Todos se agacharam, protegendo-se do que estava por vir.

Meera girou o controle em sua mão, dando uma risadinha maléfica. E então apertou o botão.

O Muro ameaçador ruiu numa explosão violenta que fez voar escombros por todos os lados e acertar Sander na cabeça. O menino cambaleou em direção ao chão e praguejou em outra língua.

Podiam-se ouvir os ruídos preocupados dos seguranças lá dentro.

Meera levantou-se de um pulo, um sorriso brotando em seus lábios audazes.

A Leoa RubraWhere stories live. Discover now