Capítulo 12* No Frio da Escuridão

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Willa acordou no escuro.

No instante em que abriu os olhos, o breu a abraçou com suas sombras frias.

Ela se ergueu de um rompante, recordando-se dos últimos acontecimentos. Perdida, debateu-se no espaço largo que se encontrava, usando apenas seus outros sentidos para se localizar. Seus passos eram inseguros, explorando o escuro frio.

Cega, ela se desesperou quando encontrou os limites de uma parede áspera logo à frente. Tateando o concreto, Willa começou buscar uma saída. Qualquer porta ou entrada de ar que pudesse lhe revelar um interruptor ou um lampião. Qualquer fonte de luz que a tirasse daquele breu nefasto!

O silêncio era ainda mais angustiante, quebrado apenas pelos sons arfantes de sua própria respiração alterada.

Willa gritou, esmurrando a parede maciça.

O desespero cresceu a medida que ela tateava, às cegas, à procura de uma porta ou janela. Mas nada havia ali além do escuro opressor e os sons abafados de seu choro.

Ela se encolheu, deslizando o corpo trêmulo até o chão onde se envolveu como uma bola na tentativa frágil de se proteger daquele breu. Seu coraçãozinho forte batia descompassado, tornando o pânico ainda pior. Ela chorou, como uma menina indefesa, atormentada pelos demônios do passado.

Mas ela também cresceu.

Uma chama ardente de ódio e vingança nasceu dentro de sua alma. E foi isso que começou a aquecê-la.

*-* *-*

Cherry estacionou sua Harley Davidson no estacionamento ornamental de cascalhos, esperando Halle descer. Logo ao seu lado o Ranger Rover de Klaus e o Mustang de Sander ocuparam as outras vagas.

O localizador GPS os levara exatamente àquela mansão renomada ao sul de New York, uma área um tanto isolada da cidade. Engraçado o Magnata ter escolhido logo aquele lugar para fazer sua residência. Quer dizer, Cherry teria pensado em invadir exatamente aquele local.

Tão pateticamente óbvio.

Bóris era um idiota com ternos caros e muita grana. Incapaz de pensar como um campeão. Mas o que esperar de um ser que escraviza mulheres?

Cherry apoiou a Shotgun de cano cerrado no ombro, observando a faixada da mansão Elisabetana. Seus óculos de sol dos anos 80 não lhe atrapalhava na observação minuciosa, apenas lhe dava um ar ainda mais perigoso e selvagem.

Halle estava logo ao lado, olhando por um binóculo profissional. A Glock estava levemente acomodada no coldre do peitoral, pronta para ser usada. Sander se aproximou, engatilhando o rifle poderoso que levava. Klaus o acompanhou, armando-se de suas duas pistolas profissionais que faziam o maior estrago. Seus olhos severos estavam ainda mais duros naquele começo de dia.

Todos ali estavam prontos para matar.

E seu alvo residia naquela mansão macabra.

 - Como estão as coisas, Caçador? – Sander perguntou, olhando o portão de ferro ao longe.

 - Temos seguranças, companheiros. – disse Halle, passando o binóculo para o patriarca da família.

Klaus apanhou a coisa e observou por alguns minutos, tomando ciências do território e seus perigos. Ele não era mais um dos que atuavam nas ruas, matando e livrando-se dos inimigos. Mas estava mais do que disposto a usar suas armas. Havia tempo que não tinha uma diversãozinha como aquela e seu lado bandido ansiava por um pouco de sangue e socos.

A Leoa RubraWhere stories live. Discover now