Capítulo 13* Um Banquete para Felinos

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O tiro brutal da calibre 7.62 fez Lucien voar da confortável poltrona em que se encontrava. Seu rosto foi esmagado no chão devido ao impacto e, transtornado, ele tateou em volta às cegas. O tapete era macio sob seus dedos – o que lhe proporcionava um leve momento de conforto para seu cérebro perturbado e atormentado por demônios malévolos.

Engraçado. Mesmo torpe e cego, ele conseguia agarrar aquela antiga inteligência que sempre fez parte de sua vida. Num esforço rápido, conseguiu apanhar um bastão de madeira. Ao menos foi o que lhe pareceu nas mãos.

Os passos de seu agressor o alertaram e imediatamente Lucien se pôs de barriga para cima.

Mas Klaus não chegou a se aproximar nem alguns passos. Bóris surgiu de um dos corredores adornados de arte e correu em direção ao francês, apontando uma pistola para o Von Kern. O Magnata mediu a situação com seus olhos astutos e chegou a praguejar.

 – Maldição! Se eu não o ajudar, sua mulher me corta da garganta à virilha. – disse ele, ajudando Lucien a se erguer.

Klaus estreitou os olhos, lançando ao búlgaro seu olhar mais ameaçador. Seu dedo tremeu no gatilho, ansioso por disparar a pistola de ouro. A raiva nórdica tingiu seu sangue, quase o levando à loucura. Aquele maldito havia feito mal à sua Mona. Ele pagaria em breve!

Bóris percebeu a luta interna que se passava dentro do Von Kern, o ódio beirando aqueles olhos cinzentos e tempestivos. E se permitiu sorrir com apreço, provocando-o ainda mais. Tinha sua pistola empunhada e achava que tinha total segurança. Aqueles loucos selvagens invadiram e destruíram sua casa, mas não eram páreo para uma pistola como aquela. Disso o búlgaro tinha certeza.

 – Se eu fosse você, não me mexia. – aconselhou o selvagem.

 – Isso não me surpreende. É um covarde. – Klaus se moveu a passos lentos, contrariando as ordens dadas. Seu andar era sempre elegante e leonino.

Mas aquela exibição pouco durou, logo a atenção do búlgaro se fixou em algo muito mais sensual do que os passos elegantes de um nórdico grandalhão. Sua vingadora adentrou a sala acompanhada de um menino ruivo que mal os observou, sumindo pelos corredores da mansão.

Sua amada leoazinha captou a presença dele tão logo adentrou a sala, os olhos misteriosos aquecendo-se com a raiva que a dominava todas as vezes que o fitava. Ah, como aquilo o excitou. Como amava aquele fogo vivo que a mantinha viva! O medo era irrelevante em momentos como aquele.

Lucien se apressou, ansioso, agarrando a manga do terno de Bóris.

 – Mate logo o cretino!

 – Aquiete-se, homem. – o búlgaro olhou com desgosto para o francês. – Não têm respeito pelo que temos aqui?

 – Quem está aí?

 – Solina. Minha adorável Solina. Veja como se move! – sua voz tornou-se desejosa, assim como seu olhar cobiçoso ao ver a mulher se aproximar com a Shotgun apoiada preguiçosamente nos ombros. Uma pose ousadamente sensual, é claro.

 – Mas é claro que não estou vendo, grandessíssimo idiota! Ela arrancou meus olhos! – Lucien parecia cada vez mais irritado. – Mate-os logo!

Cherry deu um sorrisinho.

 – Vou deixar meu tio cuidar de você, francês. – disse ela. E então seus olhos se voltaram para o búlgaro. – E de você eu cuido depois. Tenho assuntos mais urgentes para resolver no momento.

A caçadora deixou a sala a passos vagos, deixando para trás apenas uma promessa do que estava por vir.

Bóris deixou seus olhos seguirem-na, apaixonados.

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