Capítulo X (Continuação)

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Entramos para o elevador e, mal as aportas se fecharam respiramos de alivio por nos termos safo desta.

-Ainda temos a viagem até ao hotel! – Exclama o Cristovinho, aflito.

-O Kasha vem comigo e vocês levam a Sofia! – Explica a minha mãe. Normalmente ela costuma sempre ter algum plano instantaneamente para nunca haver problemas e nunca houve nenhum. Mas, ao mesmo tempo fico receosa que algo não corra bem, sempre ouvi dizer que "há sempre uma primeira vez".

-Vai tudo correr bem! - tranquiliza-me o Francisco, colocando a mão macia dele na minha pele. Sinto um leve arrepio na espinha e só tento pensar que o que ele acaba de dizer vai mesmo acontecer.

O elevador abre de repente e a minha mãe segue à frente com o Francisco e nós vamos um pouco mais atrás em direção ao carro do Cristovinho que, entretanto, ele trouxe para o parque do hospital. Ele tira do bolso as chaves do carro e a minha mãe as do seu.

-Ui, Cristo, esse carro devia de levar cá uma lavagem! Nem parece branco! - diz no gozo o Coimbra. Eu começo-me a rir, porque ele tem mesmo razão e o Cristovinho fica com as bochechas vermelhas. - Até a mãe dela tem o carro mais limpo que o teu. É, tu vais-me dizer que não tiveste dinheiro para ir a um sitio qualquer lavar o carro...

Antes de entrar no carro olho mais uma vez para o Francisco e ele para mim. Entro para dentro, sento-me no banco de trás e o Coimbra abraça-me fortemente para eu me sentir mais calma, enquanto o Cristovinho liga rápido o carro e arrancarmos rumo ao hotel.

-Estou tão preocupada com eles! - digo-lhes. – E se quem nos estava a seguir os descobre a meio do caminho?

O Cristovinho olha para nós pelo espelho e sorri.

-Sofia, não é por estares nervosa que alguma coisa vai melhorar! Tem calma. -Explica o Cristovinho.

-Eu sei! – Exclamo.

-Tu sabes, mas não tentas ficar mais calma. Vai tudo correr bem! A tua mãe trabalha no FBI, claro que ela vai conseguir resolver a situação! E o Kasha não pode estar mais bem acompanhado. E tu sabes bem disso! - tranquiliza-me o Coimbra.

-Oh não! – Exclama assustado o Cristovinho. O Coimbra e eu, como estamos no banco de trás do carro não conseguimos ver nada para a frente, mas passa-se qualquer coisa para o Cristovinho ter dito isto e tentamos perceber o que se passa.

-O que se passa? - Perguntamos os dois em uníssono, preocupados.

-A tua mãe está a ser seguida... vem um carro atrás dela desde quase o hospital e está a tentar juntar-se cada vez mais! Vamos ter que mudar a rota aqui no GPS e ir por outro trajeto! – Explica o Cristovinho, bastante nervoso com a situação.

-Mas estás louco? É a minha mãe e o Kasha que estão ali dentro! -grito com ele. – E se lhes acontece alguma coisa?

-Tens a certeza que eu estou lá? - pergunta-me uma voz vinda do banco da frente, ao mesmo tempo que o Cristovinho acelera, mudando a rota.

-Kasha? Como? Oh meu deus!! Mas tu não estavas com a minha mãe? - pergunto aflita ao saber que afinal ele está no banco da frente.

-A tua mãe mudou de ideias á ultima da hora, porque era essa a ideia que quem nos está a seguir iria ter! Então, quando tu te abraçaste ao Coimbra, eu entrei sem que ninguém percebesse e fiquei aqui, quieto. Grande plano, não? -diz-me, feliz por estar comigo - E a tua mãe sabe o que faz, não te preocupes.

Em minutos chegamos ao hotel e vamos em direção ao quarto do Cristovinho, na esperança que a minha mãe já tenha chegado, porque pelas contas de cada rota, a nossa era a que demorou mais para chegar até aqui. Mas, ela ainda não chegou e, claro, ficamos um pouco alerta e decido ligar-lhe.

"O número para o qual ligou não se encontra disponível. Por favor, tente mais tarde.".

Fico ainda mais preocupada e eles igualmente. Não é normal a minha andar com o telemóvel desligado, ainda por cima quando estava um carro a persegui-la... Eles tentam-me acalmar, mas até eles estão preocupados.

Dez minutos, vinte minutos e nada! Simplesmente nada, nem um telefonema, nem uma mensagem.... Estamos todos a delirar por não sabermos novidades de nada.

-E se.... - digo eu, pensativa.

-Calma, Sofia! Ela não deve tardar a chegar! – exclama o Cristovinho a tentar acalmar-nos.

-Exato, se tivesse acontecido alguma coisa nós já sabíamos! – Explica o Coimbra. O Francisco vem por trás de mim e tenta confortar-me, sentando-se ao meu lado.

Passado um pouco ouvimos a porta do quarto abrir-se. É a minha mãe! Vinha bastante cabisbaixa, algo que não é normal nela.

-Mãe, o que se passou? -pergunto muito aflita.

-Nada filha! – Afirma secando algumas lágrimas que ainda se notavam no rosto dela.

-O que se passou? – Pergunta aflito o Cristovinho ao mesmo tempo que pousa a carteira dela em cima da cómoda do quarto.

-Não sei bem! Não pode ser! – Exclama assustada e eu cada vez compreendo menos o que ela quer dizer com o discurso dela.

-Fale connosco! Não guarde para si! Também precisamos de saber! – Exclama o Francisco, na esperança que a minha mãe nos explique o que está a acontecer.

-Eu...eu...eu vi alguém que não devia de ter visto! - diz e chora ainda mais. Não consigo pensar em ninguém que lhe possa querer mal para ela ficar assim. O Francisco abraça-me e conforta-me, tentando acabar com todo o meu desespero. O Cristovinho e o Coimbra vão confortar a minha mãe.

-Mas quem é essa pessoa? – pergunta o Coimbra, ainda que receoso pela resposta que possa eventualmente vir.

-Era...era o pai da Sofia! Eu juro que não compreendo o por quê de o ter visto, mas tenho a certeza que era ele! – Explica a minha mãe aflita.

-Não...Não pode ser mãe! Não, não. o meu pai está morto! –explico ainda estupefacta com o que a minha mãe me diz. O Coimbra fica sem conseguir dizer nada, assim como os outros dois.

-Eu sei, mas eu tenho a certeza que era ele! – diz-me.

O Francisco olha para mim e fica assustado. Ninguém nesta sala compreende se o que está a acontecer é verdade ou não. Olhamos uns para os outros e a minha mãe continua a afirmar que era ele, o meu pai, aquele que morreu e que eu tenho a certeza que estava morto...eu vi o corpo dele!

Amar, sonhar, sorrir e chorar ||D.A.M.A (Concluída)Where stories live. Discover now