Capitulo II

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"Dizem que o amor à primeira vista é para pessoas cegas. Enganam-se aqueles que afirmam isso. Se soubesses aquilo que eu senti quando te encontrei outra vez com esse teu brilhozinho nos olhos e esse teu sorriso perfeito e igual a uma estrela de Hollywood mais terias logo comprovado que, desde o primeiro dia que te vi a minha vida mudou totalmente."

São oito da manha e já estou a pé, pronta para ir correr na margem ribeirinha, algo que tenho feito nos três últimos dias. É o meu quarto dia em Portugal e já consegui aproveitar para conhecer um pouco da cidade de Lisboa: visitei os principais pontos turísticos e aproveitei para visitar alguns restaurantes e cafés com história que estão situados nesta zona. Em nenhum dos dias voltei a ver aquele rapaz, mas sinto que é melhor assim.

Levanto-me da cama e preparo-me para ir dar a minha corrida matinal até Belém e depois comer um pastel, que intitulam de 'Pastel de Belém', a um café que descobri perto do Mosteiro dos Jerónimos. Levo a minha camara fotográfica na pequena mochila que levo às costas sempre que vou correr, no caso de querer tirar algumas fotografias para colocar nos meus álbuns fotográficos.

Como sempre, a minha Mãe está a dormir no quarto ao lado e parece tão cansada que não vou incomoda-la...Não seria a primeira vez que saio de casa sem a cumprimentar. Com o trabalho que ela tem não é fácil estar em casa e ter a mesma rotina que a maioria das pessoas normalmente têm.

Passo pela cozinha para tirar um iogurte do frigorifico, bato a porta de casa e vou em direção à zona ribeirinha de Algés, muito perto de minha casa, daí ir a pé. Coloco os meus fones e aproveito para ouvir algumas das músicas que saíram recentemente. Hoje pretendo finalmente conhecer o mosteiro dos Jerónimos, por isso será mais um dia longo.

Já passou meia hora e paro no jardim em frente ao Torre de Belém, um edifício em frente ao rio. Sento-me num dos bancos que lá existem e aprecio a vista. As pessoas que vão passando por mim ou são turistas ou corredores que, tal como eu, aproveitam a manhã para vir correr um pouco e desanuviar a cabeça de todos os problemas pessoais ou simplesmente para manterem a sua forma física. Tiro a camara da minha mochila e vejo algumas fotos que tirei durante a minha corrida de hoje.

-É sempre bom saber que sabes fotografar. Servida? – Pergunta-me um rapaz que se senta ao meu lado a comer uma barra de cereais e que se notava que estava por ali a andar a pé.

-Oh, afinal és tu! – Exclamo num tom de surpreendida. -Andas-me a seguir é isso?

-Estava a andar a pé por aqui e reparei em ti. Depois daquele incidente, seria difícil esquecer um rosto como o teu. – Afirma, fazendo com que eu core ligeiramente por vergonha. Infelizmente ele olha para mim e nota a minha vergonha – Estás envergonhada com as minhas palavras? É verdade, és uma rapariga muito bonita!

-Para a próxima vou pensar duas vezes se venho correr para estes lados ou não! - Digo eu chateada. – Podes ao menos deixar-me sossegada? Já bastou o que fizeste há uns dias atrás.

Ele nota que eu apesar disso estou com um brilho nos olhos e que estou com vontade de falar com ele e saber mais. No entanto, a minha fúria por aquilo que acontece ainda permanece muito presente nos meus sentimentos e ele afasta-se um pouco de mim. Coloca uns óculos pretos e come mais um pouco da barra de cereais que trazia consigo. Será que estou a ser correta em não falar para ele? A verdade é que ele merece depois do que ele me fez ou será que não? Acho que vou continuar com estas questões por toda a minha vida.

- Eu já te pedi desculpas mais que uma vez. Vamos ficar chateados para sempre por um incidente de nada? – Pergunta-me na tentativa de quebrar a parede invisível que nos separa.

Amar, sonhar, sorrir e chorar ||D.A.M.A (Concluída)Where stories live. Discover now