– Por que é idiota o bastante para atender minhas ligações. – estourei.
– Vai se ferrar Kadu! – ela gritou. – Essa foi a última vez.
– Você sempre fala a mesma coisa. E sempre vem correndo quando eu chamo.
– Como você mesmo disse, eu sou uma idiota.
Fiquei olhando ela se vestir e depois sair do quarto.
– Você ainda vai provar do seu próprio veneno, Kadu. Ainda vai gostar de alguém de verdade e vai se machucar. E quando esse dia chegar vou assistir de camarote.
Ouvi quando saiu batendo a porta da rua com força. Coloquei o celular no bolso, peguei minha carteira e as chaves do carro e corri para o estacionamento. Dez minutos depois, cheguei ao hospital.
– Oi, minha amiga foi trazida para cá.
– Como é o nome dela? – perguntou uma enfermeira sem demonstrar muita paciência.
– Belinda.
– Você deve ser o Kadu. Sou Isabel, eu falei com você pelo telefone.
– Onde ela está?
– Está dormindo. Tivemos que sedá-la por que ela não estava suportando as dores.
– Posso vê-la?
– Não estamos em horário de visita, então só poderá ficar dez minutos antes da mudança de turno.
– Ela vai passar a noite aqui? – perguntei.
– Talvez. Estamos esperando ela acordar para saber como ela está. O médico dela já esteve aqui e fomos informados sobre sua situação.
– Por favor, me leve até ela.
– Claro, por aqui, por favor.
O quarto de Belinda estava à meia luz. Ela estava coberta parecia dormir profundamente.
– Só dez minutos. – ela tornou a repetir.
– Entendi. – falei enquanto caminhava até sua cama.
Toquei seu rosto levemente com medo de acordá-la. Belinda mexeu um pouco, mas não acordou. Puxei a cadeira e fiquei sentado olhando para seu rosto.
Peguei sua mão e fiquei fazendo carinho.
– Kadu? – ela falou sonolenta.
– Oi. Estou aqui.
– Há quanto tempo está aqui? – perguntou lutando para manter os olhos abertos.
– Acabei de chegar.
– Te liguei várias vezes.
Então as primeiras ligações foram dela. Senti um peso enorme tomando conta do meu corpo.
– Me desculpe, eu não ouvi. – menti.
– Está tudo bem. – disse sonolenta.
– Como chegou aqui?
– Dirigindo.
– Você veio dirigindo com dor até aqui? – perguntei me sentindo ainda mais culpado
– Eu não tive opção.
– Você não estava com seus pais?
– Eu já estava na metade do caminho para o meu apartamento. Me apavorei e não quis ligar para meus pais. A notícia da minha doença já afetara eles demais. Então eu te liguei. Desculpe-me pelo horário.
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Antes de você - Livro 3
RomanceAntes de tudo começar, eu me considerava uma garota de sorte. Tinha bons pais, bons amigos, ex-namorado indo e voltando... Tinha uma vida regrada, onde eu seguia a risca cada linha. Tudo o que eu fazia era planejado. Eu estava no terceiro período de...
Um sentimento não identificado
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