Capítulo VIII - Liberte-se / Parte 10: James Morris

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Banhado em suor e com o curativo improvisado manchado de sangue, acordei. Todos os órgãos do corpo reclamavam e o sol já brilhava alto no céu.

"Merda..." Sentei-me, devagar, colocando a mão sobre o estômago, que queimava.

Como poderia agir daquela maneira? Como iria conseguir concluir o que eu almejava definhando daquela maneira? O tabuleiro mudara completamente e eu me via em xeque-mate. Não poderia errar o próximo movimento. Seria meu fim.

Levei a mão ao braço ferido; este pulsava de dor.

Não havia mais tempo. Minha jornada teria que acabar. Iria acabar. Daquele dia não poderia passar.

Próximo à linha do horizonte, avistando o El Dorado, sofri o maldito infortúnio! Edgar, desgraçado! Só me restava seguir e seguir. Não esquecera o motivo e o caminho já se afunilava.

Meu estômago apertou e peguei-me vomitando ao lado da cama.

Passei o braço saudável na boca, sorrindo. Só poderia haver um motivo para ainda estar vivo: teria que completar minha sina. Minha história merecia um fim. Vingança, doce vingança! Jane... Mais algumas horas... Era tudo o que eu precisava.

E o maldito James Morris chegaria ao El Dorado, deparando-se com nada além de sangue. E sangue era tudo o que eu esperava, pois ouro é o que tolos almejam! Apenas sangue poderia saciar um coração em busca de vingança. Não importa quanto do mesmo fosse derramado, quando o líquido escorrer das veias certas o final terá sido alcançado. Não um segundo antes e nem sequer um segundo depois. E uma vez dentro, tenha certeza: no último pulsar, o El Dorado será para sempre fechado.

O vômito me atacou de novo, mas, a despeito de tudo o que ocorria em meu corpo, eu sorria.

Liberte-seWhere stories live. Discover now