Capítulo VII - Olho por Olho / Parte 2: Paul Thompson

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As viaturas cercavam o local com as sirenes reluzindo em tom vermelho e vários profissionais circundavam os corpos. Três mortes, e apesar disto um sorriso estava discretamente estampado em meu rosto. Flagrara o desgraçado! As mortes iriam parar, pois iríamos encontrá-lo. Pensando bem, não era um sentimento tão egoísta, visto que estava – mais – feliz pelo fato de nos aproximarmos do fim daquele maldito caso.

Dentre o grupo que chegara por último, pude visualizar minha querida colega e amiga, Rachel, perceptivelmente abalada com a cena.

"Rachel...", disse, próximo a ela, que se assustou com o ocorrido.

"Deus!", levou a mão ao peito, olhando em minha direção. "Você me assustou!"

"Desculpe." Não poderia culpá-la. Três corpos de uma só vez são mais do que muitos podem suportar.

"Acha que agora acabou?", questionou-me, observando os mortos.

"Espero que sim..."

"Rachel!", outro policial chamou por ela, estava junto ao cadáver mais distante deitado sobre uma poça de sangue.

"Tenho que ir..."

"Claro", dei um passo atrás e ela se afastou.

Vê-la abalada fez com que eu me sentisse um pouco constrangido pelo sentimento de vitória que carregava. Por outro lado, ela entenderia que era uma recompensa pelos meus anos de trabalho duro e dedicação. Havia encontrado o X da caça ao ouro.

"Parabéns, Paul! Você encontrou o desgraçado!", um colega me cumprimentou, batendo a mão em meu ombro.

Merecia o reconhecimento. Apreendera o veículo do terror de Circodema. Eu, não Edgar.

"No fim, foi você quem fez o trabalho, Paul", disse Tom, que estava no comando aquela noite, aproximando-se.

"Poderia ser qualquer um, Tom..." Mas não fora. Fora eu, não Edgar. "Poderia ser qualquer um."

"Sabemos que não". Abalado, ele sorriu. Em uma coisa, Edgar estava certo: aqueles policiais não tinham preparo para lidarem com aquela situação. Dois tapinhas em meu ombro me parabenizando.

"Tom!", chamei-o, notando-o se afastar. Ele virou o rosto. "Você poderia cuidar das coisas aqui? Estou física e mentalmente exausto. Amanhã será um longo dia..."

"Claro. Não se preocupe."

"Obrigado, Tom."

Tom se encaminhou para o grupo de policiais à medida que eu voltara ao meu caminho, seguindo para minha casa – não morava muito longe. As coisas se encaminhavam para o bom e subestimado normal. O pacato, seguro e almejado normal.

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