ADOTADA | BTS | JIN

Despedida Oculta

- Nabi -

A viagem acabou e com isso voltamos para casa. Os dias para o casamento do Jin estavam contados e ele também estava acumulado de reuniões na Hybe porque eles precisam planejar como seria em relação ao grupo nesse primeiro semestre do ano.

Hoje em especial eles ficariam o dia fora. Pela manhã teriam reunião com o Sr. Bang e a tarde com os novos produtores para elaboração de novas músicas. E eu, passaria o dia sozinha em casa.

- Jura que vai ficar bem? Você tá pálida... - Eram nove da manhã e o Jin falava comigo enquanto vestia sua roupa. Eu estava podre de enjoo.

- Sim, acho que peguei alguma virose na viagem. Vá pro trabalho amor, estarei aqui quando voltar. - Ele se aproximou e se sentou na beirada da cama ao meu lado onde eu estava deitada.

- Queria passar esses dias com você... daqui a pouco... - Ele respirou fundo. - Daqui a alguns dias eu vou me casar e não sei quando a verei novamente. - Mesmo com dificuldade, me levantei e me sentei de frente pra ele e segurei sua mão.

- Pode passar dias, meses, anos e eu espero que você se lembre do que eu vou dizer aqui agora. Então... a criança que perdeu os pais cedo, que cresceu num orfanato, que foi abusada duas vezes, que foi adotada próxima a vida adulta... teve que passar por isso tudo para estar de frente para o amor agora. A gente pode se separar sim, mas meu coração e meu amor sempre vão estar contigo! Eu sempre terei um pedaço de você em mim... - Literalmente! - Eu te amo... - O Jin sorriu e selou meus lábios brevemente. - Agora vai trabalhar!  A noite farei uma jantinha para todos nós aproveitarmos nosso Jin. - Ele me abraçou apertado.

- Eu te amo!

E assim o Jin saiu para seus compromissos profissionais e eu corri para vomitar mais uma vez. Desde que descobri minha gravidez, o mal estar virou rotineiro e eu sempre tenho que dar alguma desculpa do porquê não estou bem. Mas... eu não sei até quando continuaria apenas inventando desculpas esfarrapadas, não podia demorar mais...

Pra falar a verdade, eu queria esse dia sozinha... queria que os meninos saíssem de casa pra por meu plano em ação. Nos últimos dias, eu pensei, pensei muito. E, meu filho arruinaria meu plano e o do Jin, sua reputação, e poderia trazer problemas a empresa e ao grupo. Na verdade, desde o início, meu relacionamento com o Jin sempre levava a esse mesmo resultado! Foi um erro, que eu nunca me arrependeria de ter errado.

Eu vou amar o Jin até o último minuto em que eu viver, e vou cuidar e proteger nosso filho da forma mais impossível que existir! O fruto do meu amor proibido, será o meu conforto que eu irei me apegar quando as saudades de vosso pai surgir, quando as lembranças vierem a tona e as lágrimas rolarem; ele será o motivo pelo qual elas secarão. Hoje, decido abrir mão do Jin mas não por falta de amor; e sim por amá-lo incondicionalmente e não querer que ele e seus amigos percam tudo que eles lutaram pra conseguir. Saio da sua vida e espero entrar para sua história não sendo a lembrança mais dolorida, e sim a memória de um amor verdadeiro que um dia ele teve.

Tomei um banho breve e vesti uma roupa confortável e abri o laptop e fiz algumas pesquisas a respeito de países, economia e empregos. Tirei em seguida foto de tudo que tinha de valor! O próprio laptop, joias, bolsas, saltos, acessórios e pus pra vender online a "preço de banana", tanto que em menos de meia hora, tudo estava vendido e me rendido um dinheiro bom na conta.

Peguei uma mala de viagem e pus algumas roupas nela e após feita, a escondi atras da porta do closet. Saquei meu celular e enviei uma mensagem para o Felix e o Migyu: "Jantar ás sete aqui em casa hoje, não é um convite, é uma ordem!"

Embalei  tudo que tinha vendido e chamei um motoboy para realizar as entregas, eram tantas que ele ficou bem feliz por saber que receberia um dinheiro bom e ele ainda teria que fazer umas 3 viagens de ida e volta para buscar mais. Na verdade, acabou sendo 4 corridas. Após todas as entregas terem sido realizadas, eu saí de casa e peguei um taxi e me dirigi até o orfanato em que cresci.