Como um anjo

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Eliza Senna ~

Estou na minha cama, escutando a movimentação no andar de baixo. A casa está cheia, Alex e Pierre já chegaram e estão montando as coisas no espaço livre em nossa garagem com a ajuda de meu irmão e de Ethan. 

Ao meu lado, Sofia mexe em seu celular, gargalhando com vídeos de bebezinhos caindo. estou deitada em minha cama com minha cabeça para fora, de cabeça para baixo.

Um barulho em minha porta me assusta, fazendo com que eu me sente na cama e olhe em direção ao estrondo. Quando vejo Alex, suspiro aliviada.

— Nossa moleque, quase quebra minha porta. 

— Tava travada, foi mal lizinha. Vai descer?

Encaro o rosto do moreno de olhos verdes pensando sobre a proposta que haviam me feito anteriormente sobre participar do ensaio da banda com eles.

Eu nem faço parte da banda mas eles me chamam toda vez, eu participei de um show uma vez porque eles precisavam de uma voz de fundo e me chamaram, apenas, não via motivo para participar. Mas o que custa me divertir um pouco, não? E eu ainda teria a chance de ver um show particular sem pagar.

Só vejo vantagens.

— Não vejo motivos para não descer. — Digo com um sorriso no rosto enquanto me levanto da cama. — Vem Sof, hoje você vai ver seu namô tocando.

— Oba. — A menina sorriu animada.

Caminhamos atrás de Alex e fomos na direção da garagem, adentrando o lugar que agora só havia instrumentos, zero veículos. Avisto cigarrinho em meio aos meninos e me aproximo, com a intenção de lhe perguntar algo.

— Ethan. — Chamei o menino, que se virou para mim. — Colocou o carro lá fora?

— Aham.

— Por que vocês querem tanto que eu participe desse ensaio? Digo, eu adoro assistir vocês tocando, vocês são brilhantes e tals, mas eu nem fazer parte faço, por que me chamaram?

— Ah, depois que a gente viu seu potencial como backing vocal a gente decidiu cantar mais vezes com você, nós gostamos da sua participação, da sua presença também.

Balanço a cabeça em afirmação, e quando ia me virar para voltar para onde minha amiga estava, Ethan falou:

— Calma, então quer dizer que você acha que nós somos brilhantes? — O menino abriu um sorriso debochado, claramente divertido com a rara situação onde eu o elogio.

— Ah não, aumentei seu ego...

Escutei a risada do menino, que pude notar desviar seus olhos para meus lábios por um segundo, rapidamente voltando aos meus olhos.

Quando Ethan estava se aproximando de mim, lembrei onde eu estava e me afastei, sussurrando em seguida:

— Aqui não.

Pude perceber os olhos de Ethan ganharem certa tristeza, mas logo voltaram ao normal. Voltei para onde minha amiga estava e a puxei para longe do meu irmão.

— Não vou ficar de vela não, muito menos sozinha, pode fazer seu papel de melhor amiga e ficar bem aqui, sentadinha ao meu lado. — Falei enquanto segurava a mão da menina e sentava em um dos banquinhos colocados ali para nós.

— Bom, mês que vem a gente têm aquela apresentação naquele restaurante que fomos chamados, então já passou da hora de a gente começar a ensaiar, vamos ter que ensaiar mais vezes, se não a gente fica fodido. — Pierre exclama, chamando a atenção de todos. — A gente têm que decidir o que vamos tocar e ensaiar tudo, se queremos mais bicos como esses temos que passar boas impressões.

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