Ele me ama?

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Eliza Senna ~

Acordo com o barulho do despertador, mas tudo que eu queria era continuar deitada.

Que saco de escola, que saco de vida.

Jesus, se eu levantar meus bracinhos você me puxa?

Me sento em minha cama, pegando o celular e desligando o alarme insuportável. Ao me levantar, me sinto meio tonta mas ignoro. Ando até meu closet e coloco meu uniforme - já que havia dormido apenas de roupas íntimas - e me sento na minha mesinha para me arrumar.

Penteio meus fios lisos e percebo que meus lábios estavam rachados, então, espalho um pouco de manteiga de cacau por eles, os sentindo mais hidratados.

Prendo eu cabelo em um rabo de cavalo alto e me levanto, juntando meus materiais que estavam sobre a escrivaninha e os guardando em minha mochila azul bebê, que combinava com meus olhos.

Ainda não decidi se vou falar com Ethan, muito menos o quê. Talvez eu devesse esperar? 

Abro a porta do quarto depois de arrumar minha cama e desço as escadas, encontrando Ethan sentado sobre o sofá com sua mochila ao lado. Assim que seus olhos encontraram os meus, desvio o olhar, mas percebo que o menino se levantou e pegou sua mochila, me fazendo estranhar.

— Não vai esperar meu irmão?

— Ele já foi.

Pego meu celular para olhar as horas. Será que eu me atrasei?

— Você não tá atrasada, ele só foi mais cedo, porque quis.

Assinto com a cabeça e guardo o dispositivo no bolso lateral da calça tactel, indo em direção a porta da sala.

— Eliza. — Me viro na direção do menino. — Podemos conversar?

Encaro Ethan por um tempo antes de assentir novamente com a cabeça, mas quando o vi abrir a boca, eu disse:

— Aqui não.

A última coisa que eu quero é meu pai escutando nossas conversas, por mais que ele ainda estivesse no quarto.

Foi a vez dele de assentir com a cabeça. Ando em direção a porta e a destranco, a abrindo e esperando o menino passar para que eu a fechasse e a trancasse novamente.

Nem tenho fome, não vou tomar café.

Assim que entramos no carro, Ethan dá partida e começa:

— Eu não sei se você chegou a escutar o que eu disse ontem, não me respondeu, mas mesmo assim, eu peço desculpas se eu te passei a impressão de que eu havia a beijado com intenções ou que eu gostei daquilo. O ato da Britney me pegou surpresa, eu fiquei sem reação..

— Sério Ethan? Sem reação? Você quer que eu acredite nisso? Essa é sua desculpa? — O cortei.

— Me deixa terminar. Assim que eu percebi o que estava acontecendo eu empurrei ela, mas já era tarde porque você tava indo embora. Na hora do desespero eu fiquei sem saber o que fazer, por isso não consegui me explicar direito, mas eu peço desculpas! Eu não gosto da Britney, nunca gostei. Eu gosto é de você! E eu me sinto triste em saber que você acha que não pode confiar em mim. Eu não me arrependo nadinha de ter começado a dar em cima de você, ou de ter te beijado, ou de ter dormido contigo, ou de ter te ajudado quando você precisou. Sei que nós não somos nada oficial, nada intitulado, mas eu não sou um filho da mãe, sei reconhecer quando algo está acontecendo. Se nós estamos tendo algo, eu não vou vagabundear por aí. Eu quero que você saiba que pode confiar em mim!

— Como Ethan? Com eu posso saber isso? Desde sempre você foi o tipo de pegar sem se apegar, cada dia uma nova, desde sempre a gente se odiava, desde sempre você provava que eu não podia ter sua confiança, e quando eu finalmente acho que posso confiar, olha o rolê que dá. Me diz, como?

Meu Inimigo de InfânciaKde žijí příběhy. Začni objevovat