Ela é minha amiga

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Maratona 3/6

Ethan Lavalle ~

Os dois idiotas passam por nós em passos duros, seguindo a diretora.

Quando Alex finalmente me solta, me viro e olho para ele, com dúvida.

— Por que me segurou? Você não escutou o que ele falou? Ele merecia aquilo e muito mais!

Ele é o único que sabe sobre meu "lance" com Eliza, já que ele é um dos meus amigos mais próximos. Se Theo não fosse irmão dela, provavelmente também saberia.

— Eu sei que você se irritou com o que ele falou dela, eu também fiquei puto, por que você acha que eu só te segurei depois de um bom tempo? Se a gente não estivesse na escola eu deixaria você fazer o que quisesse com ele, mas o cara tava quase inconsciente já, tinha que parar.

— Foi mal.

— Não se desculpe cara, eu to orgulhoso de você, os idiotas mereciam. — Alex sorri para mim enquanto bate nas minhas costas de leve, o que me arranca um breve sorriso de soslaio. — Agora vamos, antes que eles mintam sobre o que aconteceu e a diretora nos odeie mais do que já deve estar odiando.

Enquanto nós quatro andávamos em direção da sala da nova diretora do colégio, Theo me pega de surpresa ao perguntar:

— De que menina eles estavam falando? E por que você não me contou dela? Pelo que eu percebi você realmente se importa por ela, batendo neles daquele jeito, possuído de raiva.

Alex olha para mim, como se quisesse perguntar se eu iria ou não contar a verdade.

— Não é ninguém importante, faria isso por qualquer outra menina.

Menti, e bem feio. Não faria algo do tipo por qualquer uma. Por mais que eu tenha um pavio curto, odeio brigas.

Mas por algum motivo, sempre me importei muito por Eliza, por mais que adorasse provocá-la e a deixar brava.

Saber que ela me odiava me deixava contente, de certa forma... Aliviado?

Existem sentimentos pelos quais eu não sei explicar, principalmente quando se trata de Elie. Ela me transforma de certa forma... Talvez eu tivesse medo de que fosse recíproco sabe? O que iria acontecer? O que mais de diferente eu iria sentir?

Odeio essa "vulnerabilidade", não consigo entender. 

Por que ela? Por quê?

Olho para as minhas mãos. Os ossinhos doloridos, a pele ralada, sangrando levemente, a cor arroxeada. Terei que cuidar disso depois. 

Pelo menos eu não estava no lugar do loirinho, estou intacto, diferente dele.

Chego na sala da diretora, juntamente dos meninos. 

— Podem entrar. Então, o que exatamente aconteceu?

— Antes de tudo, peço que deixe meus amigos irem. Eles não fizeram nada, só eu. 

— Tudo bem, podem ir os três então. Agora, já que apenas você fez algo, me explique, por qual motivo você estava tão alterado ao ponto de fazer isso com seus colegas?

Meu Inimigo de InfânciaOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz