Eliza Senna ~
Cantarolo uma música do Kendrick Lamar enquanto termino de enxaguar meu corpo repleto de espuma.
— Por que exatamente você está escutando uma música sobre um cara que está chapando em uma festa? — A voz de Ethan se fez presente do lado de fora do banheiro.
Quase escorrego e caio no chão quando pulo de susto, soltando um gritinho.
— Puta que pariu charuto ambulante, você só sabe me assustar! Nem no banho eu tenho paz, puta merda.
Escutei a risada do menino vindo de trás da porta, se pronunciando em seguida.
— Primeiro: Não é minha culpa que você se assusta fácil. Segundo: Você não me respondeu.
— Uai, é uma música boa, eu gosto, fodasse a letra.
— Entendo.
— Eu falei para você não subir, subiu por quê?
— Porque você não manda em mim.
— Ah sim, entendi. Mas eu estou na minha casa, você não, posso muito bem te expulsar a qualquer momento, quando eu quiser.
— Sem motivo? O Thoninho não ia deixar.
— Ah meu bem, ele ia, eu sou filhinha de papai, esqueceu?
— Credo, mimada. Queria.
— Hipócrita.
Escuto a risada rouca do menino e dou um sorriso.
Sua risada é estranhamente... Atraente.
Desligo o chuveiro e tiro o excesso de água dos meus cabelos com uma toalha, depois, me enrolo em meu roupão e destranco a porta, saindo do banheiro.
Procuro com meus olhos pelo garoto que estava na porta, o encontrando sentado na minha cama, mexendo no celular.
— Posso saber o porquê de você estar aqui?
— Como assim?
— O motivo da sua magnifica presença no meu quarto.
— Porque eu quis vir.
— Entendi. — Murmurei enquanto andava na direção do meu closet. — Pode ir embora agora.
— Nossa, você tá me expulsando?! — O menino finalmente desviou seu olhar da tela e olhou pra mim, com uma falsa indignação. — Beleza então Eliza, beleza, não me chama mais para vir madrugar com você não tá bom?
— Graças a deus, ai eu posso ficar com a melhor companhia do mundo, eu mesma.
— Credo egocêntrica, minha presença é tão irrelevante assim para você?
Faço uma careta e concordo com a cabeça, vendo a boca do menino formar um "o" perfeito.
— Drama queen. — Digo com a intenção de provocá-lo mais.
Os olhos do menino se arregalaram e sua boca abriu mais ainda, com uma falsa expressão de choque, direcionando suas mãos até o peito.
Um sorriso se abriu em meus lábios ao ver a expressão do maria fumaça, que também sorriu.
— Eu vou colocar uma roupa, você fica bem quieto onde você está ou então você sai.
— Entendido, capitã.
Entro em meu closet e visto uma roupa confortável, que se baseava em um moletom cinza e um shortinho de malha preto.
Saio do closet, encontrando o menino parado no mesmo lugar de antes, com os seus olhos presos na tela novamente.
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Meu Inimigo de Infância
FanfictionNão indicado para menores de 14 anos: Contém linguagem imprópria. *Contém gatilhos!* - Eliza Senna, uma adolescente de 18 anos, engraçada, impaciente, as vezes rude e levemente problemática.. sempre buscou enfrentar seus problemas com força e corag...