Meu Inimigo de Infância

Recaídas

Maratona 3/3

Ethan Lavalle ~

Já faz uma semana desde o beijo. Eliza vêm me evitando desde então.

Quando conversamos é só o básico: Sim, não, não sei...

Acontece que eu não aguento mais isso, toda essa tensão presente. É só ficarmos no mesmo cômodo que a torta de climão aparece.

Tudo que eu quero é que ela tenha uma recaída, uma única recaída. Só uma única recaída.

Estamos a caminho da escola. Theo não para de falar um segundo sobre como ele não aguenta mais ficar isolado e que quer ir para festas, beber, se divertir. Engraçado, de todos nós ele é o que menos fica em casa durante o isolamento. Devo confessar, realmente está chato.

Quem mandou as mensagens deve ter feito para assustá-la. Até porque ele nunca mais voltou.

Vou falar sobre isso com ela, acabar com esse isolamento. Sei que ela está com medo mas não tem motivo.

Estaciono o carro no estacionamento da escola e vejo Eliza saindo rapidamente do carro através do retrovisor interno. 

Saio do carro ao lado de Theo, que ainda não calou a boca.

— Mas eu vou nessa mano, daqui a pouco a gente se vê. Aulinha de física. — Theo sorri pra mim.

— Vai lá cara. Falou. 

Vejo Sofia junto de Eliza e Victória. Elas andam juntas pelo corredor, mas algo está diferente.. Elas não estão rindo como sempre. Estão sérias. 

O que será que aconteceu?

[...]

Estou saindo da última aula do dia. Química... 

— E com isso, podemos concluir que o carbono faz quatro ligações, SEMPRE, ouviu pessoal, sempre. —

Ouço o sinal tocar e guardo minhas coisas rapidamente, me levantando da carteira e saindo da sala de aula.

— Lavalle, posso falar com você por um instante? — Ouço a voz do professor atrás de mim.

Espero a sala se esvaziar e entro novamente.

— O que o senhor quer comigo? — Tento soar o mais agradável possível, mas estou sem paciência.

— Suas notas Ethan. O que está acontecendo? Eram tão boas, agora despencaram. Se não quiser ficar de recuperação sugiro de estude mais. Se quiser posso te indicar algum aluno com quem você possa estudar. — O senhorzinho sorri carinhosamente para mim.

— Não será necessário professor. Já combinei com uma pessoa de estudarmos juntos, estou apenas esperando um momento possível. Peço perdão pelas minhas notas, ultimamente venho com dificuldade em algumas matérias. Me sinto sobrecarregado, fora os problemas pessoais, sabe como é né? 

— Claro! Eu te entendo garoto, só peço para ter mais cuidado. Caso contrário chamarei seus pais. 

Não posso deixar que meus pais descubram isso, não, vou estudar com Eliza hoje, fodasse a raivinha dela.

— Sim senhor, bom, eu vou indo, tenho que dar carona para um pessoal, tchau professor, tenha um bom dia.

Se quer espero o mesmo responder, apenas saio de sua sala, indo em direção a saída.

— Onde você estava? — Eliza me pergunta, calmamente, conforme me aproximo.

— Na sala, professor de química pediu pra conversar. Teremos que adiantar nossos estudos juntos, estou prestes a perder média. Essa matéria confusa de átomos não entra na minha cabeça! —