Capítulo 21 - Meu novo sobrenome

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Mei acorda mais animada sabendo que visitará Yuzu novamente mais tarde, ao lado de Ume. Hoje, a ex-kaichou só espera que o dia no colégio termine o mais rápido possível, tudo isso apenas para ver aqueles olhos verdes dos quais ela havia sentido tanta saudade nos últimos dias. Talvez na visita de hoje a gyaru esteja menos sob efeito dos remédios e esteja capaz de trocar palavras com as visitas.

O olhar de estranhamento de Yuzu na visita de ontem pode ter sido efeito colateral dos medicamentos para a dor, conforme o que havia sido dito pela médica de plantão. Então, tudo o que Mei quer hoje é tentar falar com sua amada, ainda que a conversa se resuma a alguns monossílabos ou longas pausas com silêncio. Talvez Yuzu resista ou tente ignorá-la, mas a ex-kaichou pretende dissipar aos poucos os desentendimentos que elas tiveram antes do acidente acontecer. Pelo menos antes do casamento, Mei gostaria de fazer as pazes com Yuzu para, assim, prosseguir com os planos do velho Aihara.

Na ida ao colégio, nada de diferente por enquanto. Himeko continua sua patrulha pela área do colégio como se fosse um cão farejador, atenta a qualquer aluna que esteja cabulando aula ou infringindo regras com uniformes. Certamente a herdeira dos Momokino já sabe que Yuzu despertou do coma, mas Mei não quer conversa nenhuma a respeito disso. E pelo visto, ninguém mais da escola sabe, pois não houve mais nenhum burburinho a respeito.

As horas demoram para passar se você fica apenas esperando, e isso era realmente verdade neste exato momento para Mei. Sem trabalhos do conselho estudantil, seu horário se restringe apenas às matérias dentro da sala de aula. A vontade de ver logo Yuzu era imensa, que muitas vezes o professor chamava pelo nome da ex-kaichou para ler algum trecho de texto e ela simplesmente não escutava. Sobrava para alguma colega ao lado cutucar o ombro da ex-kaichou para que ela prestasse atenção ao pedido do professor e fizesse o que era pedido.

Chegada a hora do encerramento das aulas, a ex-kaichou descia rapidamente as escadas e ia diretamente ao térreo, nos armários para sapatos, para enfim ir até a mansão do avô e trocar de roupa. De lá, ela iria se encontrar com Ume em uma estação de metrô, e ambas iriam até o hospital onde Yuzu estava internada.

— Mei-chan, aqui!! — Chama Ume.

— Mamãe!

— E aí? Está mais tranquila desde ontem? — Ume pergunta para saber o que Mei sente.

— Tranquila, sim, porém muito ansiosa ao mesmo tempo... Não consegui prestar atenção direito nas aulas hoje.

— Não duvido, pelo jeito como você ficou ontem. Hoje é possível que a Yuzu já não esteja tão sonolenta, mas vamos que aos poucos conseguimos interagir com ela por mais tempo. — A mãe encoraja Mei a não desanimar.

— É, talvez esteja me precipitando demais, me preocupando com coisas pequenas...

— Isso é normal, Mei-chan! Não tiro sua razão em se preocupar, mas acho que essa semana a Yuzu começará a encaixar todas as coisas em sua cabeça. Você estará por perto para ajudá-la, não é? Então! Não há nada com o que se preocupar! Estarei do lado das duas também, ajudando no que puder.

As duas pegam o metrô e chegam até o hospital, onde se identificam e recebem seus crachás para as visitas a UTI. As enfermeiras, um tanto familiarizadas com as visitas das Aihara, prontamente levam as duas até o leito de Yuzu, onde a médica plantonista as espera.

— Boa tarde, sou a Dr. Yamadera, a mesma que conversou com vocês ontem a respeito da Yuzu Aihara. Fizemos alguns novos exames pela manhã, e descobrimos que a Yuzu está com um princípio de infecção no pulmão, provavelmente por conta de alguma das costelas quebradas. Ela está tomando antibióticos para controlar os sintomas, mas provavelmente continuará sonolenta por algum tempo.

As palavras que não refletem seu coraçãoDove le storie prendono vita. Scoprilo ora