Capítulo 15 - Com uma ajudinha dos amigos

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Com o endereço passado por Kawamura, Ogawa e Ishihara vão atrás da namorada de Amemiya. Novamente, os dois são obrigados a passar por um local decadente, cheio de casas caindo aos pedaços e de pessoas com atitudes suspeitas. Assim que o carro da dupla passa pelas ruas, vários homens começam a encará-los e a se recolher em estabelecimentos ou dentro de suas casas, com receio de serem abordados pela polícia.

No local indicado pelo endereço, os policiais se deparam com um beco escondido e escuro, cujo final revela uma porta camuflada, sem qualquer tipo de identificação ou campainha. Eles batem à porta de metal várias vezes, até que, depois de muita insistência, uma mulher com várias olheiras, com cara de cansaço e um cigarro na mão atende.

— Ainda não estamos atendendo. — Diz ela, com mau humor.

— Não somos clientes...

— Ah, então são mais dois engraçadinhos querendo entrar aqui no clube sem indicação? Tem lista de espera, não é pra qualquer um bater aqui pra conseguir o que quer. Chispem!

— Sou Ogawa e este é Ishihara. Somos da polícia. — Os dois mostram suas credenciais.

— O quê? DEEM O FORA! — A mulher tenta fechar a porta na cara dos dois investigadores, mas é impedida por Ogawa. Sem forças para bloquear a entrada, ela acaba cedendo e deixando os investigadores entrarem.

— Sinto muito, mas você terá de nos atender, querendo ou não. Estamos aqui por conta de outro assunto, não queremos nada desse bar. Queremos saber se este é o local onde trabalha a namorada de Takashi Amemiya.

— Pois está falando com ela neste exato momento. — A mulher fica bastante irritada por ter seu sossego interrompido. — Vamos direto ao ponto: o que vocês querem com ele? O Takashi não está aqui, ele me disse que ia resolver uma parada com a escola onde ele trabalhava, e que depois faria um outro serviço, mas até agora nada de voltar e nem de atender meu telefone. Não é a primeira vez que ele fica longe da cidade, mas até agora ele não me ligou e nem me atendeu. — Ela dá um trago no cigarro antes de prosseguir. — Se vocês estão pensando em ferrar meu namorado, saibam que ele já sofreu humilhação suficiente! O que mais vão querer tirar dele?

— Pois bem, er... Qual é seu nome? — Ishihara pergunta.

— Aff... Kyoko. Kyoko Aosawa.

— Aosawa-san, viemos aqui porque houve um acidente grave envolvendo um carro de propriedade de Taichi Kawamura, que você deve conhecer.

— E-espera aí... acidente com o carro do Taichi? E o que eu e o meu namorado temos a ver com isso? — A expressão da mulher muda e ela se mostra tensa.

— Sim, houve um acidente gravíssimo. Quatro garotas foram atropeladas, uma delas está em estado muito grave. Infelizmente, houve uma morte: a do motorista, que teve o corpo carbonizado após o carro pegar fogo. Investigamos o dono do veículo, e chegamos até o nome de Takashi Amemiya, que foi a última pessoa a utilizar o carro. Porém, não encontramos seu namorado e ninguém da família dele.

— Então vocês estão querendo dizer que o... Takashi... — Aosawa começa a se desesperar e a ficar mais nervosa. — Não, talvez tenha havido algum engano aí! Que o Takashi não é flor que se cheire eu sei, mas ele não seria... Ele não seria doido assim de tentar matar alguém! E outra, ele ficaria muito ferrado, pois aquele carro era o xodó do Taichi, e esse sim, seria capaz de matar meu namorado! — A mulher segura no colarinho de Ishihara, crente de que o namorado não seria capaz de tentar cometer um homicídio. — Vocês devem estar confundindo ou criando algum pretexto pra prendê-lo, é isso? RESPONDE!

— Olha, não conseguimos identificar o corpo carbonizado. Ele ficou em péssimo estado e será necessário colher algum tipo de material para exames. Como ele foi a última pessoa a usar o carro, segundo o Kawamura, há uma probabilidade enorme de que seja dele o cadáver encontrado no local do acidente. Ainda vamos investigar possíveis gravações dos locais onde o carro passou, para cruzar as informações. Você terá que colaborar com as investigações, já que era a pessoa mais próxima, e por enquanto, a única que encontramos até agora. Se recusar, terá que enfrentar as consequências na justiça... — Ishihara diz, e a mulher solta seu colarinho. — Precisamos vasculhar o local onde vocês moram para saber se o Amemiya estava planejando algo, e contra quem.

As palavras que não refletem seu coraçãoWo Geschichten leben. Entdecke jetzt