Capítulo 9 - Não quero ficar sozinha

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O resultado da atitude desesperada de Amemiya aparece. Ume e todas as outras garotas recebem notícias horríveis. Mei e o avô vão ao hospital, sem saber maiores detalhes.

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Amemiya esteve o tempo todo esperando dentro do carro emprestado, usando um binóculos para ver a movimentação ao redor da mansão dos Udagawa, tendo saído do local ao ver Suzuki-san vindo na direção de seu veículo. Depois de cerca de vinte minutos dando uma volta para evitar o motorista dos Momokino, ele voltou ao mesmo local onde havia estacionado anteriormente. O carro dos Aihara já não está no local, então bastaria esperar até que Yasuo e sua neta saíssem pelo portão da mansão para então movimentar o carro.

Enquanto esperava pelo momento certo, Amemiya acabou cochilando sem querer e quase estragou seu próprio plano. Depois de certo tempo, ele se levanta assustado pelos minutos que perdeu e espera ainda ter chances. Mas no momento em que ele decide espiar novamente o portão do local, seu binóculos flagra em duas colegiais que acabaram de sair às pressas, além de outras duas garotas em duas motos. Uma das meninas ele parece reconhecer.

— Uma garota de cabelos rosa e uma loira... Espere! Eu conheço aquela loira! É a maldita irmã da Mei! Aquela que me desmascarou para o mundo todo! Ela precisa pagar por tudo o que fez comigo! Se não fosse ela, eu já estaria com meu futuro garantido!

As duas colegiais da Academia Aihara sobem em duas motos pretas, que estão estacionadas na frente do portão da mansão, e logo saem do local de maneira lenta. Amemiya achou estranha a presença de Yuzu no local, mas logo decide fazer agir contra a gyaru, afinal ela também se tornou uma Aihara.

— Maldita Aihara Yuzu! Eu vou dar cabo de você agora mesmo! Cuido do velho e da neta daqui a pouco, quando terminar de destruir sua vida. Prepare-se, hoje será seu último dia, sua desgraçada!

Amemiya espera que as motos e as garotas saiam antes, para daí conseguir pegá-las de surpresa. Neste momento, o carro funciona logo de primeira, como se estivesse atendendo aos pedidos do bandido. A lata velha então corre pelo mesmo caminho tomado pelas duas motos, até que numa das vias o ex-professor consegue ver as meninas. Com o carro já desgovernado, ele acelera o máximo que pode, como se sua raiva fosse o motor do veículo. As quatro garotas não tiveram tempo de reagir, sendo atingidas com força pela lata velha, que não consegue mais parar depois de cumprir a tarefa.

— Droga! Não consigo fazer essa porcaria parar!

O carro se espatifa logo adiante, capota e cai num terreno baldio. Pouco tempo depois, o fogo começa a consumir o veículo, não dando chance para o motorista sair vivo do local.

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— Bem, eles falaram para eu não ir tão longe, ainda mais agora de noite. Mas acabei me animando demais e vim parar nesse bairro de gente rica. — Megumi diz para si mesma enquanto pedala pelas ruas onde várias mansões estão instaladas.

No local, algumas casas ainda são no estilo japonês, sendo provavelmente de famílias cuja linhagem remonta a séculos de existência. Praticamente não há carros do lado de fora, nas ruas bem iluminadas do bairro. Como as mansões possuem garagens amplas, capazes de guardar mais de dois carros, é possível que qualquer visita possa entrar com seu próprio veículo, não sendo necessário deixar o veículo do lado de fora ou dispensar o motorista até o momento de ir embora.

— Incrível, nunca havia visto um bairro de gente da alta sociedade. Me pergunto como é a vida nessas casas enormes, com vários empregados para fazer tarefas tão triviais. Deve ser ótimo ter muito dinheiro, mas fico pensando como os filhos dessas pessoas ricas vivem. Será que eles se divertem tanto quanto a gente? Será que eles sofrem muita pressão para atender aos desejos da família? Deve ser horrível ter seu futuro já traçado pelos pais.

As palavras que não refletem seu coraçãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora