Capítulo 13 - Fale com ela

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Mei visita Yuzu no hospital. As investigações sobre o acidente avançam um pouco. Matsuri consegue arrancar favores com Nene.

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O carro de Udagawa chega ao hospital onde Yuzu está internada, mas antes de descer do veículo, Mei se prepara para encarar a visita à UTI. Nervosa, ela troca algumas palavras com o noivo para ver se consegue se acalmar um pouco.

— Udagawa-san, me perdoe novamente por ter feito você dirigir até o hospital. Foi muito inconveniente da minha parte não ter avisado sobre a Yuzu e a visita de hoje à UTI. Ver a minha irmã antes de podermos conversar em outro lugar vai ser necessário para lidar com o assunto que preciso tratar hoje.

— Não se trata de incômodo algum! Afinal, é da Yuzu-chan que estamos falando, é sua irmã e alguém muito importante para você. Mas confesso que estou um pouco ansioso sobre a conversa que você marcou, e já até imagino sobre o assunto.

— Eu... acho que precisamos entrar.

Os dois entram e vão até a recepção do hospital, onde se identificam e Mei pega o cartão para visitantes. A recepcionista indica a direção da UTI para a garota, enquanto Udagawa se senta numa das poltronas de frente para o balcão. Antes de ir até onde Yuzu está, Mei se vira para o noivo.

— Mei-san, tome o tempo que for preciso. Ficarei esperando aqui na recepção, e depois iremos até o café.

— Obrigada pela paciência, Udagawa-san. Vou precisar de pelo menos meia hora, espero que não seja um incômodo para você.

— Não, de jeito nenhum, afinal você veio visitar a Yuzu-chan! Vá sem se preocupar!

Com isso, Mei pega o elevador e sobe até o segundo andar, onde está a UTI. Ansiosa, com as mãos frias de nervosismo, ela sai do elevador e vai até o final do corredor, onde uma porta dupla indica a ala dos pacientes mais graves. Assim que ela chega e se identifica para o responsável pelo controle das visitas, uma das enfermeiras a leva até o leito onde Yuzu está sendo tratada. O ambiente gelado, silencioso e com um odor característico incomoda a herdeira dos Aihara, até que a visão de uma paciente toda ligada a aparelhos e com a cabeça quase tomada por bandagens causa um choque.

— Aihara-san, aqui estamos no leito da sua irmã, Yuzu. Lembrando que você tem meia hora de visita, todos os dias, neste mesmo horário. Se notar algo de diferente, por favor, nos chame imediatamente.

Mei fica paralisada com o que vê. Máquinas cercando o leito, números piscando em telas, o som constante do bipe indicando os batimentos cardíacos, tubos e fios apoiados em suportes. No meio desse aparato todo, um corpo imóvel cujo rosto quase desaparece por detrás das bandagens. Os fios compridos e loiros estão tampados pelos curativos em torno da cabeça, as mechas que aparecem agora estão debaixo das cobertas. A pessoa que Mei mais ama nesse mundo está confinada em uma cama desconfortável, com o corpo ligado a aparelhos. Segundo a enfermeira, é a Yuzu quem está ali, mas a herdeira dos Aihara não quer acreditar.

— Aihara-san? Está se sentindo mal? — Pergunta a enfermeira ao notar o choque no rosto de Mei.

— É realmente a Yuzu? Não houve algum engano? — A garota pergunta, pálida.

Já acostumada com esse tipo de reação, a mulher tenta acalmar Mei e explica o que está acontecendo.

— Para você, é realmente chocante ter que se deparar com uma visão dessas. Mas acredite, para nós que trabalhamos aqui, isso é completamente normal. Vamos, sente-se aqui neste banco.

As palavras que não refletem seu coraçãoWhere stories live. Discover now